quinta-feira, 31 de março de 2011

Quando uma imagem vale mais que mil palavras...


Sorry Inter...

Nota de Falecimento


Em determinada ocasião ao ser questionado sobre sua saúde, José Alencar então pronunciou:

"Um escoteiro sorri nas desventuras."

Para quem não sabe, esta frase é a 8ª Lei do Escoteiro: "O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades". Então ali fiquei sabendo que ele foi nosso irmão.
Não conheço sua biografia, admito, mas ao ver essa declaração na TV reprisada ante à sua morte, levou de vez minhas fichas. José Alencar conquistou minha admiração pelo seu amor a vida e por fazer de valores singelos adquiridos lá em sua mocidade pilares da sua. Mostrou a mim, no momento em que tenho questionado alguns de meus próprios valores, que muito do que aprendemos lá atrás não precisa ser desconsiderado nem passado em vão, mas que ao perpetuá-los podemos remontar o nosso caráter.
Não tive como conter minhas lágrimas naquele momento.
Descanse em paz irmão.

Sempre Alerta Para Servir o Melhor Possível

terça-feira, 29 de março de 2011

Querem mesmo saber o que penso sobre Bolsonaro e a política? Então tá...

A boca grande do deputado federal fluminense Jair Bolsonaro do PP (sim, meu correligionário) mais uma vez ecoôu pelos quatro cantos do país ao cagar (pela boca) na cabeça da Preta Gil (aquela que acha que sabe cantar e acha que é gostosa) no programa CQC.


Não vou explicar o ocorrido até porque serei capaz de engolir fatos explicativos marcantes. Por isso prefiro ir direto as minhas opiniões que é o que realmente desejo.
Não é pelo que Bolsonaro argumentou e acabou ofendendo a Preta Gil, mas sim algumas idéias que ele defende que julgo importante aqui mencionar. Não to a fim de julgar o que ele fez no CQC, mas de antemão digo que foi uma baita cagada.
Devo dizer que não sou fã incondicional do Bolsonaro, acho ele glutão e ultrapassado por ainda defender a adoção de um regime totalitário num mundo onde até mesmo as nações mais atrasadas politicamente como as árabes estão abrindo os olhos para a democracia e começando a compreende-la como o único sistema político justo, humano e de valor universal. Mencionar Bolsonaro é mencionar um milico saudosista de seus tempos de caserna que nos lembra a rigidez moral estúpida de organizações como a TFP e de olhos fechados para os avanços sociais. No entanto, Bolsonaro nos faz lembrar e refletir o que pode vir a ser um avanço social: um real avanço evolutivo para uma sociedade ou a sua deterioração proporcionada pela deturpação de valores universais?
Não estou aqui para defender Bolsonaro, mas para citar alguns de seus valores que também defendo. E vejam, por expressar opiniões oriundas desses valores, renderam-me nesse dia acaloradas discussões no twitter com amigos que, imagino, chegaram a se ofender a ponto de sumariamente afirmar desprezo a mim. Fiquei surpreso, pois numa democracia como a nossa esperava o desprezo pelas idéias mas não por quem as formula ou simplesmente se simpatiza por elas. Ao que vejo, a democracia possui diferentes pesos para determinadas pessoas, conforme for conveniente a elas, evidentemente.
Pois então.
Admiro Jair Bolsonaro por defender a pena de morte. E por seu singelo e único argumento: "bandido bom é bandido morto e este ao ser morto não mais cometerá crime algum". Não me importo com qualquer outro argumento contrário a pena de morte. Fica ainda mais difícil dar importância a qualquer um destes num país onde toda uma constituição foi concebida a sombra do perseguido político, onde existem tantas brechas para tantos recursos que o real protegido por ela é o criminoso. Olhem só: estou colocando esse texto a apreciação de diversos estudiosos da lei, e já imagino as suas manifestações tecnocráticas. No entanto, quanto a Pena de Morte, o que Bolsonaro pensa é o que o povo sente, a excessão dos intelectuais de esquerda sempre detentores dos meios midiáticos. O povo quer justiça. E justiça é o que menos temos nesse país. Em uma das edições da revista Veja do ano passado, uma reportagem elucida a mente de criminosos de alta periculosidade investigando-os: todos eles dizem não estar arrependidos dos crimes ediondos cometidos. Vamos então mantê-los presos, vivos, alimentados, com assistencia médica? Que retorno esperam para a sociedade de gente assim? Podem me chamar de fascista, mas minha opinião (e é apenas uma opinião) quanto a esse assunto é bem clara.
Admiro Bolsonaro por sua opinião sobre homossexualidade. Por mais que tentem nos convencer (falo "nos", porque não estou sozinho), homossexualidade não pode ser considerado algo sublime.Ora, então estamos prestes a tratar as bixinhas como minoria excluída a ponto de serem servidas com cotas. Então, tratar um casal homossexual com a naturalidade de um casal... "normal"? Aceitar então que um casal homossexual possa adotar uma criança? Alguém já parou pra pensar na formação emocional, intelectual e social dessa criança? Nossa natureza já determina termos um pai e uma mãe, então iremos contra isso? E com isso mais um dos diversos princípios que mantém uma sociedade estruturada é exterminado: a família. Não precisamos ser católicos nem evangélicos para entendermos que a família é a base da sociedade, pode perguntar pra qualquer sociólogo. Que tipo de família estamos permitindo formar? Será mesmo uma família? Devo deixar claro: não sou homofóbico e tenho colegas em diversas entidades que participo que pisam na chapinha. Mas não vou aceitar a idéia de ter que ficar pisando em ovos com medo de ser enquandrado por algum tipo de lei absurda só porque tem um veado no lado e terei que me policiar com o que vou dizer mesmo não me dirigindo a ele. A minoria não sou eu, mas eles e assim também sou digno de respeito. E convenhamos: algum de vocês aceitaria numa boa um filho veado ou uma filha sapata? Ah vá...
Admiro Bolsonaro pelo que pensa sobre as malditas cotas.  Como diz o próprio deputado: "Deus me livre ser atendido por um médico agraciado por cota" no momento em que ele se diz contrário a qualquer tipo de cotização. É evidente que se tivermos um trabalho de base a idéia de cota se extingue por natureza. Cota é a maior deturpação da idéia de igualdade. Então corro o risco de ir preso se chamar um negro de negro, exceto se ele for candidato a uma vaga na universidade. Aí, qualquer bronzeado quer se passar por negro. Por favor...
Admiro Bolsonaro por algumas (não são todas) idéias relativas ao regime militar brasileiro. Então, esquecemos que por baixo da farda haviam homens, de carne e osso, pais de família, filhos de mães e pais, pertencentes e ativos em suas comunidades que se feriram e até morreram ao cumprir ordens combatendo terroristas assass,... ops... companheiros revolucionários. Pois quase 30 anos se passaram, elegeram uma guerrilheira como presidente e ainda promovem a caça as bruxas. Pois se esquecem que importantes setores da sociedade brasileira pediam para a intervenção militar naquele período, basta recorrer aos livros de história. Não estou aqui evocando a outra posição do deputado que enaltece aquele regime e se diz saudoso por ele. Vivemos numa democracia, ora, e idéias defendidas naquele tempo não devem mais ser usadas para diretrizes políticas. Mas eu falo isso para que sirva aos dois lados. Enquanto isso, vemos a promoção da guerrilha do MST ou mesmo da beatificação de insurgentes comunistas daquele tempo que não estavam lutando pela democracia, mas sim para estabelecer um regime socialista.
Admiro Bolsonaro pela sua convicção, muitas vezes deturpada frente a realidade que vivemos mas não menos coerente com suas formação, sua história e seus princípios. Se você não concorda, então me explique: como esse louco consegue se eleger? Podem responder: pelo mesmo motivo do Clodovil, Romário e Tiririca. Será mesmo? Será que não existem pessoas insatisfeitas e que estão fartas de utopias falidas provenientes da intelectualidade esquerdista?
Utopias, como assim utopias? Ora...
Sejamos francos: gays não tem como constituir um lar estruturado e com isso não contribuirão para a nossa sociedade como uma "família convencional"; manter assassinos incorrigíveis as custas do governo não irá melhorar nossa sociedade nem a fará mais segura e tampouco fará a devida justiça pelas perdas que impingiram a ela pois são verdadeiros tumores que devem ser estirpados; ser a favor do aborto não é um ato pró-direitos humanos que a esquerda tanto adora e tampouco significa ser um ato de civilidade e intelectualidade, mas mostra a pouca estrutura social em que essas pessoas estão mergulhadas; distribuir cotas para qualquer um que se julga minoria não será a forma mais justa de inclusão social nem a mais eficiente na formação de bons profissionais e por ultimo; continuar caçando as bruxas de um momento conturbado da história brasileira que foi o regime militar não fará a devida justiça, especialmente àqueles homens de bem que foram mortos e prejudicados pelos hoje paladinos da liberdade que, na verdade, pretendiam apenas trocar uma ditadura por outra (ou vão querer me convencer que todos os treinamentos de guerrilha que esses terroristas tiveram em Cuba, China, URSS e Coréia do Norte foram para promover a democracia).
Recentemente meu querido Governador Tarso Genro, então Ministro da Justiça, aquerenciou o tal Cesare Battisti, um italiano considerado por sua pátria um terrorista criminoso, por puro ardor ideológico e saudosista. Nos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007 atletas cubanos pediam ajoelhados asilo político ao Brasil. O que o Tarso fez? Jogou-os novamente para a cova dos leões e sabe Deus o que aconteceu a eles. Em nome da amizade com Fidel, o cara que se não tivesse pedido a conta a uns anos atrás seria o tirano a mais tempo no trono em todo o mundo, superando inclusive Kaddafi. E tem gente que o admira como líder político aqui no Brasil. Sugiro que então vá morar em Cuba e depois me conte como é morar lá.
Quanto ao Giuliano...
Giuliano é um democrata. No dia de hoje foi chamado nas entre-linhas twitterianas de fascista pelos simples fato de defender suas opiniões. Creio que defender as opiniões seja uma prática salutar propisciada pelo meio democrático, e portanto, estando a fazer uso desse direito.
Quantas coisas que Giuliano é a favor ou contra que poderia ficar aqui por dias escrevendo. Mas basta perguntar-me que direi. Lamento não ter mais uma forma concreta de expor meus pensamentos ideológicos de maneira mais ampla e estruturada. Embora seja filiado ao PP, não posso mais dizer que esse partido represente o que penso pelo simples fato de que ele não consegue mais representar idéia alguma. Mantenho-me neste partido porque todos meus amigos ligados à vida pública e que os considero por valor e estima lá estão (refiro-me a Santa Maria).
Nota-se meu desencanto pela política partidária que não mais serve como parametro de representação de segmentos da sociedade, restando a mim militar solitariamente com minhas idéias apoiando aqui e acolá aqueles que se aproximam delas.
Humilde opinião de quem vos escreve.

Kaddafi e seu Mestre Oculto


Sensacional!!

domingo, 27 de março de 2011

O Discurso do Rei

Definitivamente cinema é um bom programa para um sábado chuvoso, ainda mais proposto pela esposa que não é muito fã de cinema, mas que enfim, propôs. Embora não conhecesse ainda detalhes sobre a história do Rei George VI, obviamente que o roteiro do filme me atraiu de primeira. Então, aproveitar a promoção do "sábado maluco" onde a entrada custa a metade realmente será uma boa pedida.
Em cartaz, o filme "O Discurso do Rei", um dos grandes vencedores do Oscar esse ano.


O Príncipe Albert (Colin Firth), o Duque de York, tem problemas de fala desde a infância. A gagueira o acompanha e sempre atrapalha nas suas aparições públicas. O príncipe consulta muitos fonoaudiólogos, mas nenhum tratamento parece surtir efeito. Enquanto isso, seu pai, o Rei George V (Michael Gambom), morre e o seu irmão, o Rei Edward VIII (Guy Pearce), toma o trono. No dia de sua posse, Edward aparece ao lado de sua amante, Wallis (Eve Best), e isso é interpretado como algo de mal-gosto. Edward, então, abdica o trono que agora pertence a seu irmão mais novo. O Príncipe Albert agora é o Rei George VI. É aí que entra a figura do fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush), contratado pela esposa de Albert, Elizabeth (Helena Bonham Carter).
Ele usa métodos nada convencionais e isso faz com que Vossa Alteza desconfie de seus serviços.


É muito difícil tecer uma opinião única com relação a um filme emblemático, inteligente e que nos propicia muitas idéias e opiniões. Antes de expô-las, devemos nos lembrar que o filme em questão aborda uma história real e que se passa num dos momentos mais conturbados do Império Britânico e que desenhou todo o futuro daquela nação.
A primeira das observações me remete à necessidade de um líder estadista ter o domínio da oratório. Nesse caso, não há como não me lembrar de meu falecido pai que fora político e um reconhecido líder aqui na minha cidade e de como ele fazia da sua excelente oratória sua principal ferramenta de trabalho. Fiz um comentário a minha mãe de que gostaria que o pai pudesse ter a oportunidade de assistir a este filme, mesmo que a sala de cinema não fosse tão atrativa a ele. Imaginemos então um homem que desde o nascimento é preparado para a realeza e à exposição pública e no entanto vê-se amarrado com uma tremenda limitação. Nesse caso tiro o chapéu para Colin Filth em sua atuação. Confesso que fiquei o tempo todo angustiado com a limitação de seu personagem para com a oratória e quem cheguei a me emocionar ao final do filme quando este consegue realizar seu primeiro discurso de guerra transmitido a todo o império britânico. A história conta que depois daquele ele faria muitos outros com o auxílio de seu fonoaudiólogo Logue.
A segunda observação que faço é a forma realista como foi a presentada a intimidade da família real britânica. A cena que me chamou muito a atenção foi aquela logo após a abdicação do trono pelo Rei Edward VIII onde o príncipe Albert após assinar sua coroação chega em casa e é recebido pela mulher e as filhas (a mais velha é hoje a Rainha Elizabeth II) e estas fazem reverência ao novo rei. Ou seja, mostra claramente o momento em que aquele homem deixou de ser pai e passou a ser rei, algo completamente distinto na vida da realeza.
A terceira obervação que faço é sobre a conhecida arrogância que as familias reais têm, não me referindo apenas a família real britância. Lembremo-nos que por mais de 1.000 anos essa gente nasceu e se criou com a idéia de que foram escolhidos por Deus e que não são meros mortais. De fato, meros mortais podemos dizer que não são, mas não precisamos mais engolir a idéia de que sejam divindades, nem mesmo seus compatriotas do contemporâneo.


Faço essa observação no momento em que vemos a atuação de Geoffrey Rush no papel do terapeuta do rei, um simples cidadão que nem britanico é, mas sim australiano. O embate entre Mr. Lionel e o Rei mostram tanto a impáfia da realeza frente aos cidadãos comuns.
Quanto ao filme em si, eu destaco a atuação de Geoffrey Rush e seu constante embate com o Rei George. Aliás, minha crítica vem pela injustiça feita a Rush por não ter ganho o Oscar de ator coadjuvante, talvez só pelo fato de Colin Filth já ter ganho o Oscar de melhor ator. Rush está divino e rouba a cena do início ao fim. Seus trijeitos, suas "caras & bocas" são sensacionais e ao meu ver roubam a atenção ao protagonista.
Um fato interessante que envolve o filme é que "emails anônimos" circularam entre os votantes da academia de cinema americana responsável pela eleição dos prêmios "alertando" para a postura anti-semita que o Rei George possuia durante a II Grande Guerra.
Os indícios de que o rei que conduziu a Inglaterra contra a Alemanha de Adolf Hitler era, se não um simpatizante do nazismo, ao menos um anti-semita, estariam em documentos oficiais liberados pela Casa de Windsor em 2002. São menções a documentos que recheiam um e-mail distribuído por um membro da Academia, alertando os demais votantes para a “verdade histórica que não pode ser encoberta” e sobre o qual O Discurso do Rei calaria.

Rei George VI
Os papéis tratam do apoio de George VI, numa carta escrita ao seu Ministro das Relações Exteriores, Lord Halifax, à decisão de barrar judeus que fugiram da Alemanha antes do início da guerra, em 1939, e tentaram emigrar para a Palestina, então sob o domínio da Inglaterra. “Estou contente que medidas nesse sentido estejam sendo tomadas para impedir que pessoas que abandonam seus países entrem em nossos territórios”, disse o rei. “É preciso alertar a Alemanha para verificar melhor a sua imigração.”
Quanto a isso, devemos perguntar se as posições políticas do rei devem ser consideradas numa premiação cujo filme não trata esses aspectos mas sim um problema singular de sua intimidade. Seria justo sim que então um outro filme fizesse alusão a estas posições políticas.
Além disso, não vamos nos esquecer que a academia é sabujo sionista. Basta fazer um filme sobre o holocausto e perseguição a judeus que o Oscar está garantido. Aliás, quem manda na América são os judeus.
Mas isso pode ser post para outra ocasião.


Para finalizar, devo dizer que "O Discurso do Rei" é um filme excelente. Simples por natureza, inteligente, de bom gosto e carregado de fatos históricos, deveria ser exibido em todas as escolas do mundo.
Humilde opinião de quem vos escreve.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Energia nuclear é uma matriz verde!

OK!
Dispensando apresentações sobre os últimos eventos naturais catastróficos no Japão vemos hoje o emprego da energia nuclear sendo contestado pelo eminente risco de acidente que aquele país está tendo com sua central nuclear de Fukushima. Inúmeros países, especialmente os membros da União Européia, num gesto que qualifico como um tanto demagogico, determinam a revisão do emprego desta matriz energética em suas nações.
A primeira vista, no entanto, é que se tem a leitura do emprego da energia nuclear como algo assombroso, perturbador e muito perigoso, tendo em vista o poder que a radiação teve em eventos que tiveram início com as bombas de Hiroshima e Nagasaki, passando pelos desastres de Chernobyl na Ucrania e em Three Miles Island nos EUA. Em especial aqui no Brasil, tivemos o vazamento de Cs 137 em Goiânia.
Os reacionários (pra não chama-los de terroristas) verdes do Greenpeace já começaram a ter urticarias, loucos para cair de pau nesse tipo de matriz energética mais uma vez. Mas será que não estamos sendo um pouco injustos com a matriz energética nuclear?
Bem,...Para que eu pudesse ter um pouco mais de argumento, fui a campo e dei uma pequena pesquisada no tema. A revista Planeta de Set/2010  trás em sua capa a reportagem de título "A volta da Energia Nuclear". Nela encontrei idéias favoráveis a adoção deste tipo de matriz energética, como:

"...mas a necessidade de ser autossuficiente em energia, a escassez de fontes para isso e a ameaça cada vez mais onipresente do aquecimento global (cujo combate envolve a adoção de tecnologias que não liberem gases-estufa na atmosfera) têm feito o mundo olhar com outros olhos para a energia nuclear. Ela, aliás, é defendida por um 'verde'  acima de qualquer suspeita: o cientista britânico James Loverlock, criador da Hipótese Gaia. De acordo com ele, atualmente não há outra alternativa 'lógica' para a necessidade de substuir a energia oriunda de combustíveis fósseis além da nuclear..."

"A ânsia do governo Obama por tirar seu país da dependência do petróleo e troca-lo por fontes energéticas mais limpas está por trás da cobertura dos cofres para o setor nuclear."

Mas também encontrei ponderações sobre sua utilização:

"...os riscos dos atuais projetos são muito baixos quando apenas os eventos internos (como incêncidos ou quebras de tubulação) são considerados. No caso de eventos externos, como terremotos, as novas centrais não mostram nenhum ganho de segurança em relação às suas antecessoras. Lymam lembra ainda que, como os reatores são novos, as concessionárias na verdade não possuem nenhuma experiência operacional com eles, o que torna as avaliações de risco mais um exercício teórico do que um estudo baseado em dados concretos."

"Em países como o Brasil, a dúvida é considerável, dadas as alternativas possíveis. Para quem não as tem, como França e Japão, a opção pela energia nuclear é compreensível - e, uma vez adotada, não adianta muito reclamar das consequencias."

Eu tenho a opinião de que a energia nuclear deve sim ser utilizada. Há riscos, claro que sim! Mas também temos que levar em consideração que as tecnologias empregadas hoje para esse tipo de matriz energética evoluíram muito, bem como seus protocolos de segurança.
Penso também, que o Brasil não deve abrir mão deste tipo de matriz energética. Embora o texto acima mencione nossas "várias alternativas" de energia, sabemos a dor de cabeça que o governo tem quando resolve construir mais uma hidrelétrica: É Greenpeace, é MST, é Ianomami, é o Sting, Bono Vox, Vovó Mafalda...então falar em hidrelétrica como energia alternativa verde acho que já não dá mais. E convenhamos: todos nós sabemos do impacto ambiental que uma barragem de grande porte faz em toda uma região. Eu preferiria que aqui no RS houvesse uma usina nuclear do que a termelétrica de Candiota queimando carvão dia e noite.

Usina termelétrica de Candiota no RS
Se olharmos para a Europa então... que alternativa energética eles tem? Vento? A Alemanha e Dinamarca possuem programas de energia eólica formidáveis mas o rendimento é muito baixo frente aos custos.
Temos aqui no município de Osório um projeto pioneiro de captação de energia eólica mas seu rendimento ainda é baixo demais.
Tá mas e Fukushima. Ah bom...

Central nucleara de Fukushima
Construir uma usina nuclear no Brasil ou na França é diferente de construir no Japão. Aqui e na França não tem terremoto então não precisamos nos preocupar com isso. Ta na cara que os japas devem (ou deveriam) considerar essas catastrofes naturais como riscos a segurança das intalações nucleares, pois estão sentados justamente no chamado "Cinturão de Fogo do Pacífico". Não é a toa que a Itália não tem usina nuclear, pois já tem dois vulcõezinhos (Etna e Vesúvio) e ainda volta e meia dança com terremotos. Claro que não sei os parametros considerados para a adoção de energia nuclear no Japão, mas o fato daquele país estar suscetível a tremores e tsunamis nos faz refletir a respeito.
Então, não dá pra torcer o nariz para a energia nuclear, pois pelo visto ela é a mais limpa e menos impactante para o planeta, se usada com responsabilidade.

Humilde opinião de quem vos escreve.

terça-feira, 15 de março de 2011

Mestrado: um sonho distante?

Fazia anos que eu tinha esse projeto: realizar o curso de mestrado, mas todas as vezes que tentei dei com a cara na parede. Hoje finalmente posso vislumbrar uma pontinha de esperança em cursá-lo. Mas por que o mestrado parecia ser uma realização tão distante para mim? Seria muito difícil? Seria algo de muita exigência? Parecia um bicho de sete cabeças. Aos poucos vou percebendo que não e algumas respostas para as perguntas que fazia quando via a porta ser fechada na minha cara começam a surgir.
Ta certo!
Nunca fui um aluno exemplar na faculdade. Não me esforçava para fazer bons trabalhos nem me interessava muito pelas oportunidades e principalmente: não puxava o saco dos professores. E talvez esta minha característica tenha sido o principal diferencial.
Algumas cabeçadas nos fazem bem, principalmente as de cunho profissional. Percebia então o tempo perdido. A faculdade passara sem agregar muita coisa senão apenas um titulo. Comigo foi assim! Os conhecimentos tecnológicos que domino não vieram da UNIFRA, mas de mim mesmo, da experiência que adquiri no mercado de trabalho. Perdi tempo com isso pois não aproveitei a facul, isso tenho que admitir.
Esses fatores definitivamente me prejudicaram nas minhas intenções de cursar um mestrado. É evidente que apenas aquelas pessoas mergulhadas no mundo academico desde o início de suas graduações teriam mais chances de ingressar em um mestrado.
Esse texto é um desabafo pelo que passei e pelo que estou vendo agora, ao iniciar, mesmo como aluno especial, o mestrado em uma instituição particular, e não por isso menos séria, como a UNISC em Santa Cruz do Sul. Pois bem, vamos lá...
Por várias vezes tentei ingressar no curso de mestrado da UFSM compatível com minha área profissional: o curso de mestrado em Engenharia de Produção. Fui percebendo o quanto seria difícil entrar lá, mascarando os "desafios técnicos" do curso.
Quando falo em "desafios técnicos", faço apenas menção as dificuldades que poderia encontrar ao estudar, pesquisar, entrar em contato com novos conceitos, novas teorias, novas tecnologias. Falo em "desafios técnicos" porque percebi que o desafio do mestrado na UFSM seria mais "político" do que "técnico" propriamente dito. Mas, desafio "político?
Ora...
Então fui logo percebendo. O que você acha de um concurso para ingresso no curso de mestrado (público!) cujo edital é lançado no dia 19 de determinado mês onde neste documento consta a bibliografia a ser estudada para a prova de admissão e esta ser realizada uma semana depois? Estudar mais de 10 livros recomendados em uma semana?
Claro, carta marcada. Ou seja, candidatos previamente selecionados, direcionados pelos professores responsáveis pelo curso e que já possuem vínculo acadêmico a muito tempo. É de muito tempo, digamos, sem ter sequer concluído a graduação, que os candidatos já são direcionados para o mestrado, bastaria que fossem apadrinhados por professores. Estes estão se preparando com uma margem de vantagem muito grande. Sem falar nas preferencias destes durante as "entrevistas".
Então, como se aproximar destes que no mundo acadêmico praticamente tem o poder de prender e mandar soltar? Puxando o saco, lógico...
Bem, infelizmente não é e nunca será de minha índole tal prática. E olha que já tentei, mas uma característica humana minha é que tenho opinião e posição própria e isso muitas vezes desagradam o olimpo acadêmico. Não que isso seja um orgulho meu, eu deveria ser mais falso pois teria mais facilidade em conseguir o que quero mas não consigo. Me lembro bem que tive professores que torciam o nariz para o Word e os demais aplicativos do Office porque "era da Microsoft" e Deus me Livre mandar um trabalho a eles no formato .doc. O negócio deveria ser "software livre", - open source - por inúmeros motivos que hoje só vejo funcionarem no meio academico. Nos meus 10 anos de experiencia profissional (na iniciativa privada, diga-se de passagem) o que realmente manda é a relação custo/benefício e não devaneios. Esses mesmos professores que me forçaram a desenhar nos modelos da UML a classes de objetos para programação para depois eu utilizar o Delphi para desenvolver o software de maneira gráfica sem precisar de metade daquela baboseira. Professores, que se dermos uma farmácia para eles informatizem não sabem por onde começar o serviço, são peritos em escrever artigos científicos (que pra mim não passam de copy-paste) e publicações incompreensíveis para todos, mas que só pelo fato de estarem de acordo com as normas da metodologia centífica de escrita valem pontos para suas carreiras acadêmicas. Mas nada que se possa aplicar na prática.
Então, como eu não fui aluno da UFSM e portanto não tive a oportunidade direta de babar ovo para algum desses idiotas (não babei ovo nem na UNIFRA onde fiz a facul), fui averiguar qual seria o caminho das pedras lá na UFSM para tentar entrar no covil. Olhem só...
Antes de mais nada, falo com relação ao mestrado em minha área que seria o de Engenharia de Produção. Não sei como é a política em outros centros e outros cursos da UFSM. Não vou botar o meu na reta de grátis!!
Deveria então entrar como aluno especial, fazendo uma ou duas cadeiras para que começasse a "conhecer os professores" e ver quais as suas linhas de pesquisa para eu poder trabalhar, ficar esse tempo todo babando ovo para depois convencer um deles a ser meu futuro orientador para depois montar um esboço de projeto (que agrade o senhorio senão nada feito) para depois fazer a prova  de admissão e aí sim começar a cursar o tal mestrado. Nesse interim imaginem quantos presentes de natal, ovos de páscoa e churrascos deveria pagar para os professores (sem falar nos incontestáveis "sim" que deveriam ser ditos para agradá-los). Se eu fosse uma mulher então... deixa assim! Mas não conseguiria me ver desvencilhado desse curso em menos de 6 anos. Para quem trabalha então (na iniciativa privada, diga-se de passagem), praticamente impossível a não ser que se tivesse algo como uma bolsa para dedicação exclusiva ou uma concessão muito especial em seu emprego.
Algo meio difícil na iniciativa privada, mas só quem ta nela para entender como isso funciona.
Nesse quadro desolador via o mestrado como um sonho muito distante, exclusivo para aqueles já no meio academico lambedores de pés e demais tecnocratas que adoram brincar de copiar e colar no Word (ou no Writer do BrOffice).
Há quem argumente, no entanto, toda essa prática paternalista do meio acadêmico alegando que os professores só teriam que valorizar aqueles alunos bolsistas que sempre os auxiliam nos seus projetos trabalhando arduamente por uma bolsa minuscula e bla bla bla. Bom, cada um com sua opinião, eu to dando a minha.
Minha saída seria fazer tudo por conta própria, já que não teria saco o suficiente para bajular. Então deveria encarar um mestrado em uma instituição particular, ja que nestas não há razão política alguma para as praticas paternalistas e a visão, apesar de academica, é extremamente profissional e realista, sem devaneios ideológicos que só as intituições públicas tem.
Comecei como aluno especial fazendo uma disciplina na UNISC. Isso para que eu pudesse ver como será o curso e para que eu possa me preparar para a prova de admissão (nesse caso, "só" a prova é necessária para admissão ao curso, sem paternalismo).
O curso: "Mestrado em Sistemas e Processos Industriais". Legal! É a o que faço hoje na empresa onde trabalho. Vamos lá.
Desde já economizando para paga-lo, estou tendo os primeiros contatos com o curso e o sonho de cursa-lo está ficando menos distante. Digo isso porque estou percebendo que será mais fácil juntar R$ 25.000,00 para paga-lo do que eu me transformar em puxa-saco profissional.
Sábado passado comecei minhas aulas na disciplina de "Análise Multivariada". Achei 10! Além da aula, da instituição (séria e organizada, já havia feito uma pós-graduação lá) pude ter contato com outros profissionais, todos eles da iniciativa privada e que "vivem a realidade" longe das utopias acadêmicas.
São engenheiros, analistas, químicos, entre outros que ali procuram o mestrado para um upgrade profissional, para que seu desempenho profissional seja aperfeiçoado em seus empregos ou para valoriza-los mais, ou até mesmo para ingressar no mercado da docência em instituições de ensino superior. Seja qual for o objetivo, bastante diferente daquele de ingressar no corporativismo estatal acadêmico.
E mais. Percebi que as aulas, as disciplinas, os conteúdos, os trabalhos, os artigos, etc... estão longe de serem complicados ou mesmo distantes de nossa compreensão. Ao contrário, são fáceis. Difícil era até então o acesso a esse mundo.
Então, para finalizar, pude perceber que o "sonho do mestrado" não é tão distante assim. Distante é a realidade do dia-a-dia que vivemos da realidade dos intelectualóides encastelados.
Abaixo o link da página do mestrado.
http://www.unisc.br/portal/pt/cursos/mestrado/mestrado-em-sistemas-e-processos-industriais/programa.html

quinta-feira, 10 de março de 2011

Mais uma reflexão praiana

Uns preferem as teorias utópicas de Karl Marx e Leon Trotsky. Outros preferem as praticas de sucesso de Bill Gates e Steve Jobs.

Talvez tenha sido a melhor frase que já bolei!