sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

De um Blog santista

"Um time que se nutre de um mito. Um mito criado, no qual toda a mística do Grêmio se apóia. O mito da imortalidade. E é um mito que merece respeito. Não é maior que a nossa vontade e que a nossa grandeza. Mas é a única coisa que move o Grêmio e o torna capaz de fazer coisas como o que fez hoje.

Enquanto nós colocamos camisas dos meninos da vila, fazemos dancinhas e encantamos o futebol mundial, o Grêmio é uma coisa animalesca que se nutre de sangue.

Enquanto nós colocamos pôsteres do Pelé e do Robinho em nossos quartos, e admiramos as belas sereias passeando nas praias de Santos, eles tem a foto do Hugo de León barbudo e ensanguentado erguendo a taça Libertadores. Só olham pra essa foto. Rezam sobre essa foto como num culto satânico. Comem essa foto. São essa foto.

Apesar de termos vencido o Grêmio muitas vezes (lembrem-se de 2002 e 2004), a genialidade provou ser inferior ao mito da raça algumas vezes. Quem não se lembra da Libertadores 2007?

Eu não quero lembrar NUNCA MAIS disso! Não quero NUNCA MAIS ver meu Santos perder pra um mito. Pra algo irreal. Pra um conto da carochinha. Pro heroísmo porradeiro dessa gauchada de azul.

Fui pro intervalo desse jogo acreditando nisso. Quando vi Felipe pegar mais que Yashin e se transformar num polvo inexpugnável de infinitos tentáculos, acreditei que o mito da imortalidade gremista tinha fim. "

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Morreu Leslie Nielsen

Poxa, se foi o cara.
Uma boa parte das risadas que dei em frente a TV nos anos 80 e 90 foi por causa desse cara em filmes como: "Apertem os cintos o piloto sumiu" e a franquia "Corra que a polícia vem aí".
A única vez que vi um papel dramático seu foi no filme "O destino de Poseidon" (versão original). O resto foí só comédia.
Nascido em Regina (Canadá) em 11 de fevereiro de 1926, Nielsen apareceu em mais de 100 filmes e centenas de programas de televisão ao longo de sua carreira.
Aqui está, portanto, minha homenagem ao véio.
Quando um artista como esse morre, vem sempre a pergunta: haverão outros iguais? Certamente que sim. Mas convenhamos: está demorando surgirem novos nomes como esses...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

The Groove...

Dois dinossauros resolvem sair da toca e prestigiar uma gurizada tocando a música pesada que a gente gosta. O local: The Groove, na Angelo Uglione.
Valeu!
Parabéns Maurício e Cia. pela coragem de subir num palco e pela apresentação. Fizeram um heavy metal competente.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

The Big 4: DVD em Novembro

Em novembro, o lançamento do DVD "The Big 4".

As lendárias bandas do thrash metal americano Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax numa suruba inédita!

Dá uma sacada no trailer do DVD no link abaixo.

\,,,/

http://www.youtube.com/watch?v=BibR2SKY2AI

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Brasil Heavy Metal

A gente tem certas surpresas que realmente,... nos deixam sem palavras!
Um filme em formato de documentário idealizado e dirigido por Ricardo Michaelis, ex-guitarrista da Santuario, está prestes a ser lançado e contará a história de 30 anos do heavy metal brasileiro.
Quando eu assisti o clipe oficial do negócio, confesso que quase chorei. Vi um monte de caras quarentões que fizeram a cena metálica brasileira nos anos 80 cantando a música que amamos.
Fiz questão de baixar e disponibilizar o clipe aqui. Certamente a gurizada de hoje que curte heavy metal não vai conhecer muitos dali.  Embora eu fosse criancinha nos anos 80, ainda peguei o legado desses anos fantásticos.
É meus queridos.... O que vocês acham do cara que tem o Master of Puppets do Metallica, o Evolution do Viper e os dois Keepers do Helloween, e muitos outros em vinil? Pois é, o dinossauro em questão sou eu!
Acessem http://www.brasilheavymetal.com/ .
Não vejo a hora de assistir ao filme... \oo/o

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Código Da Vinci

Pra quem me conhece sabe que esse assunto é o meu chão. Pra quem "recém" me conhece, vamos lá: em 1989 eu tinha apenas 12 anos quando loquei pela primeira vez o filme "Indiana Jones e a Última Cruzada" e nele fui apresentado a lenda do Santo Graal. Foi paixão instantânea. A partir dali passei a devorar tudo quanto era texto, livro, reportagem, documentário, filme ou qualquer outro material sobre o assunto. Cheguei a montar um site sobre o assunto (extremamente amador, por isso já não tá mais no ar) e um dossiê com mais de 150 páginas digitadas. De repente, vejo na mídia o lançamento do livro do romancista americano Dan Brown, "O Código Da Vinci" em 2003. Por algum momento parecia que minha pesquisa de anos era devido à curiosidade despertada pelo romance, sendo que ne verdade essa minha fissura já vinha de muitos anos.
Minha intenção em escrever esse post não é de contar a história do livro e do filme, nem mesmo contra-argumentar os fatos narrados por Dan Brown. Mais uma vez partirei do princípio que já se tenha contato com a obra.
O livro, sem dúvida alguma, é excelente. Um romance policial com uma narrativa de tirar o fôlego e com argumentos extremamente detalhados, demonstrando que para a construção da obra um amplo trabalho de pesquisa foi necessário. Esse é, sem dúvida alguma, o maior valor do romance.
É necessário dizer, no entanto, que não foram esses aspectos que fizeram de "O Código Da Vinci" um best-seller com mais de 80 milhões de cópias vendidas pelo mundo, considerado o décimo-primeiro livro mais vendido no mundo. O que realmente tornou a obra conhecida foi o questionamento trazido por ela sobre a divindade de Jesus e a especulação sobre o papel da Igreja Católica numa grande conspiração global para esconder a vida "terrena" do messias.
A grande besteira de Dan Brown, ao meu entendimento, foi ele ter considerado seu livro factual, caracterizando uma grande jogada de marketing. Aliás, quando se lê o livro a sensação que se tem é a de ler um roteiro de um filme. Não me admira que dele tenha se produzido um filme homonimo com Tom Hanks no papel de Robert Langdon. Olha, não dá nem pra dizer que é uma adaptação ao cinema simplesmente porque isso não seria necessário. Ou seja, o livro praticamente foi escrito para isso. Os capítulos curtos praticamente já delimitam cada cena do filme nos levando a crer que livro e filme foram concebidos ao mesmo tempo.

Dan Brown em todas as entrevistas que deu jura de pé junto que tudo o que escreveu é verdade, que acredita em tudo e que as fontes são verossímeis. Muitas das afirmações feitas por ele durante a narrativa do romance já foram por água abaixo. Não tenho a intenção de ficar citando elas mas algumas eu vou falar aqui:
a) "Mona Lisa é um anagrama criado por Da Vinci". Balela, Da Vinci nomeou a obra como "La Gioconda". Séculos mais tarde é que ela recebeu o nome de "Mona Lisa";
b) "Evangelhos apócrifos escritos em hebráico". Outra balela. Nem hebraico ou aramaico, mas grego ou copta.
c) O livro assevera que o próprio Da Vinci, um cientista brilhante e pintor renascentista, estaria ciente da verdade sobre Maria Madalena e a teria representado como João, sentado próximo a Jesus em sua "A Última Ceia". O romance deixa a impressão de que Maria estaria retratada na pintura de Da Vinci como a esposa de Cristo. Ele também afirma que Pedro estaria fazendo um gesto ameaçador em direção a Maria como se estivesse tentando eliminar a influência feminina da Igreja. Na realidade, de forma nenhuma Maria Madalena aparece no quadro! Os personagens de Brown "lêem" na pintura aquilo que eles querem ver – a feminização do Cristianismo.

O monge albino Silas, um dos vilões da história.
Em comparação ao livro O Código Da Vinci, o filme "A Última Tentação de Cristo" parece ameno. O romance de Brown acusa o Cristianismo de culpar a mulher pela queda de toda a raça humana. Ele parece esquecer que a história de Adão e Eva é judaica e antecipa o Novo Testamento por muitos séculos. Na realidade, o enredo de O Código Da Vinci é uma combinação de secularismo ostensivo com feminismo hostil.
E digo mais...
Dan Brown não é anti-cristianismo em sua obra, parece ser sim anti-católico. Embora os fundamentos de todo o cristianimo e não apenas do catolicismo serem atacados em seu livro, o autor mira apenas na Igreja Católica, no momento em que demoniza a estrutura clerical e segmentos desta, como a Opus Dei.
Existem católicos (e demais cristãos) que simplesmente abominam a obra de Da Vinci por apresentar uma versão de fatos defendidos por diversas correntes cristãs a séculos.
O livro apenas deu mais corda àquelas pessoas que não conhecem o catolicismo e dizem conhecer, sendo que o maior contato que já tiveram com a igreja católica foi durante o batismo quando nenezinhos.
Entre outras palavras, o livro é um baita romance policial. E só! Nem mesmo dá pra levar em consideração os fatos históricos pois estes foram distorcidos para que coubesse  a linha imaginária e tênue de argumentos sobre a linhagem sagrada.
É um livro que indico a ser lido, desde que as pessoas sejam esclarecidas o suficiente, pois a idéia de verdade que é vendida em seu texto é cativante para pessoas "revoltadas" com a Igreja Católica (nem sei por que motivo são revoltadas, mas desconfio que seja pela soliedariedade às mulheres perseguidas como bruxas na idade média,...).
Existem muitos livros que detonaram o livro do Dan Brown  (aproveitando a carona de best-seller da obra pra ganhar uma graninha, lógico) contra-argumentando de maneira científica os factóides mostrados na obra.
O livro é fácil de ler, empolgante e, repito, muito inteligente. Mas ressalvo que deve ser considerado apenas como uma obra de ficção.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Indignação Headbanger!

Hoje pela manhã visitei o site do Whiplash! e li um artigo sobre uma reportagem feita pela TVE no programa "Metropolis" do apresentador Cunha Jr. (aquele que fez falcatrua e foi chutado da RBS a mais de 20 anos atrás), disponivel no link http://whiplash.net/materias/opinioes/113649-angra.html com o Angra.
Achei engraçado porque o artigo malha o Cunha Jr. pela sua "ignorância" com relação ao heavy metal. Achei interessante o artigo. No artigo é destacado que o apresentador considera "esquisita" a mistura entre o heavy metal e Shakespeare, temática do último album da banda com o título de "Aqua" (fiz um post sobre o álbum).
O artigo diz uma verdade, pois as composições de heavy metal em muitas ocasiões são calcadas em obras literárias. Isso dificilmente ocorre com outros gêneros, como um sertanejo, um axé e outras babaquices.
Veja o vídeo da reportagem:

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Metallica

Bom, pra início de conversa, eu admito: conheci o Metallica através do rádio tocando "Enter Sandman" com 14 anos. Antes disso eu nem imaginava que a banda existia. Aliás, que época boa: início dos anos 90, embora o grunge estivesse tomando conta do pedaço e detonando bandas de metal farofa, o thrash metal estava se consolidando como um subgênero do heavy metal com as bandas americanas do Big Four Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax, (sem esquecer outras não menos importantes, como Testament, Exodus,..), as canadenses do Voivod e Anihilator e em especial as alemãs (Kreator e Destruction). No Brasil, estávamos com o Sepultura a beira de um megaestrelato mundial.
Mas voltando ao Metallica... somente após essa introdução "radiofônica" que nos interessamos mais pelo Metallica. Aí é que já se tem alguma controvérsia com relação a banda.
Não preciso apresentar a banda, quem ta lendo esse texto é porque já a conhece, mas não custa dizer algumas coisas bem rápidas: formada em 1981 em Los Angeles pelo Lars Ulrich (um piá de merda dinamarquês que vem com o papai pros EUA para "jogar tênis", que viadagem!!) e pelo James Hetfiled, contava com o Dave Mustaine (um dos caras mais abobados do rock e que agora virou crente) que foi chutado por beber todas. Por sinal o Mustaine jurou que iria montar uma banda que seria maior que o Metallica e por alguns momentos conseguiu (opinião humilde de quem vos escreve): o Megadeth.

Formação atual: Robert, Lars, Kirk e James
Voltando novamente ao que interessa...Eu disse "controvérsia com relação a banda" porque a banda mudou pra cacete a medida em que ia lançando seus álbuns, distanciando-se de suas raízes underground e caindo de vez no mundo da grana. É visto que a banda tornou-se um negócio milionário (idiotas se não aproveitassem, vamos convir!), onde a cada nova produção de um álbum se pode constatar tendencias comerciais nas canções, mas o fato é que por causa disso o Metallica deixou de fazer músicas legais. Vamos aos fatos.
Os álbuns Kill' Em All e Ride the Lightning formaram, vamos dizer, o caráter da banda: som agressivo, poderoso, com riffs maneiros, cru em sua essencia mas com muita inspiração e intrumentos extremamente bem tocados. Eram aqueles caras da periferia de um grande centro metropolitano que se divertiam com coisas simples. O som que faziam era underground, não tinham nenhuma pretensão comercial e seu objetivo, além de pura diversão, era uma forma de estravazar suas revoltas com a sociedade misturando o punk com o som da lendária sigla NHOBHM (sem saco pra escrever o significado), a prova disso é que o Lars Ulrich afirma que uma de suas influências é o Saxon. Esses dois álbuns eram crus, mas de um para o outro nota-se uma emergência e evolução musical violenta.

Saudosa formação: Cliff, Kirk, Lars e James
Aos três álbuns a banda contava com a formação: Lars (batera), Hetfield (guita), Kirk Hammett (guita) e o lendário Cliff Burton (baixo). Esse último não é do meu tempo... Nesse momento, cito o mitológico álbum "Master of Puppets", lançado em 1986 e que para muitos é a Bíblia do Thrash Metal sendo considerado um dos grandes álbuns do rock. O álbum culminou no número 29 na Billboard 200, e permaneceu durante 72 semanas na parada. O álbum foi o primeiro da banda a ser certificado como disco de ouro em 4 de novembro de 1986, e foi certificado seis vezes platina em 2003. Foi a maior realização da banda.
O peso das músicas e a performance de Cliff Burton na baixaria é uma coisa sem precedentes, especialmente o solo de baixo na faixa instrumetal "Orion".

O dia 27 de setembro de 1987 pode, infelizmente, ser considerado um dos dias mais tristes do rock. Nesse dia, Cliff Burton morre durante a turnê européia no acidente com o ônibus da banda. Substituir um cavalo no baixo como ela seria dureza.  Para muitas radicais, ali morreu o Metallica, pois os baixistas que viriam a subsituí-lo (e isso é fato!) não chegariam a altura dele.

Cerca de dois meses depois da tragédia a banda encontrara um novo baixista: Jason Newsted. O cara tocou no Flotsam  and Jetsam (devo confessar que nunca ouvi essa banda) e foi escolhido dentre muitos candidatos. Embora sendo um baita baixista, seu estilo era bastante diferente do de Burton, mas conseguiu segurar a peteca, principalmente ao tocar as canções antigas.

Kirk, Lars, James e Jason
Porém (sempre o porém...). A maneira como Jason entrou na banda foi uma maneira baseada no business. Ou seja, Jason era parte da banda, mas era apenas um funcíonário. Sua participação efetiva na banda limitava-se a tocar! Participações nas produções dos álbuns ou mesmo nas composições sempre foram severamente censuradas pelo Hetfield. No quarto álbum da banda, ...And Justice for All, o baixo simplesmente não aparece nas músicas ridicularizando sua participação. Não tenho dúvidas que foi por isso que ele capou o gato da banda. Já já eu falo sobre isso.
Com essa formação, o Metallica entra em estúdio para gravar seu quinto e mais emblemático álbum assessorado pelo polêmico produtor Bob Rock.


Bob Rock, Lars e James durante a gravação do "Black Album"
 E assim veio ao mundo o "Black Album". O quinto álbum veio com o título homonimo da banda. E o ínício da grande controvérsia. Para que possamos discutir um pouco sobre isso, vamos partir do seguinte princípio: "você que está lendo esse texto certamente conhece o Black Album, se não conhece, vai acessar outro site!"
É inegável que a produção de Bob Rock trouxe qualidade e  profissionalismo para o trabalho da banda. Os próprios Lars e James reconhecem que a produção do "...and Justice..." que foi feita por eles mesmos foi uma porcaria e concordaram que eles não entendiam porra nenhuma de produção.

Entretanto, a produção do Black Album foi dureza: os caras da banda andavam as favas com Bob, pois ele se metia em praticamente todos os arranjos da banda em todos os instrumentos. Kirk ficou de cara, pois o riff de "Enter Sandman" foi profundamente modificado e o solo de guitarra da faixa "The unforgiven" foi um parto pra sair, pois Bob recusava tudo quanto era tipo de versão. O som do Black Album ficou caracterizado pela cozinha poderosa: o som da bateria se sobressai (um pouco mais alto e estragaria tudo) e o baixo é finalmente valorizado. Os riffs poderosos e inspirados são polidos e lustrados pela produção.
Bom, o fato é que muitos consideram esse album o marco de transformação da banda. Mas nem tanto assim, na verdade o album se distancia dos demais por basicamente dois motivos: o primeiro é a produção de alto nível (foi mais de 1 milhão de dolares para produzi-lo) e em segundo a velocidade mais baixa das músicas em comparação aos outros trabalhos da banda, principalmente devido justamente ao alto nível da produção. Então por que um album tão controverso? Por que o Metallica ficou mais pop! As faixas "The Unforgiven" e "Nothing else Matters" agradaram menininhas. Muitos fas radicais viram no Metallica gravando baladas como uma "traição" das raízes. Isso é muito relativo: balada por balada o Metallica havia gravado "Welcome Home (Sanitarium)" no "Master..." e "One" no "...And Justice", essas duas ao meu ver são baladas. O detalhe foi a melação de cuecas de "Notinhg else Matters". Por essas e outras o Metallica com o Black Album conquista as rádios e todo o mundo que ouvia e comprava o Black Album se achava um grande fã e conhecedor do Metallica, o que deixava os fas da antiga indignados. Diga-se de passagem, eu so tenho um CD do Metallica (o Black Album), mas tenho a maior de todas as relíquias: "Master of Puppets" em vinil (se alguém se aproximar dele por menos de 3 metros vai levar choque elétrico), por isso eu vos digo: "BANDO DE GURI!!!"
Voltando a sobriedade...
Embora para muitos a música que se tornou mais emblemática do Metallica tenha sido "Enter Sandman", foi mesmo "Nothing else Matters" a que fez mais estrago. Tá, eu exagerei quando disse que essa faixa era uma mela-cuecas, mas algo inexperado vindo do Metallica. Foi nesta música que arranjos orquestrais foram usados e que convenceu James Hetfiled de que ele sabia cantar. A partir de então James simplesmente resolve "cantar", algo impensável no mundo do thrash metal. Eu não sei quem disse pra ele que ele sabia cantar. A partir daí James começa a frequentar corais de igrejas e sinagogas e a ter aula de canto. O resultado foi uma catástrofe. Observem as últimas apresentações ao vivo quando do Metallica tocando "Enter Sandman" por exemplo, o cara simplesmente resolve "cantar" e não usa mais o vocal rasgado e pesado que havia. Resultado: assassinou muitas músicas.
Para mim, o Metallica praticamente entra em coma depois do Black Album. Os albuns "Load", "Reload" e "Garage Inc." simplesmente descaracterizam o Metallica como sendo uma banda de thrash metal. Ao lançar "Load" até maquiagem aparece na cara do Kirk, acho que até ele tem vergonha daquele tempo. O Metallica, que nem mesmo gostava de fazer clips e fez seu primeiro com a faixa "One" do "...and Justice" apelou violentamente pro merchandising. Virou uma banda de modinha.
Para mim (e para muita gente), a gota d'água veio com o tal "Saint Anger" de 2003 com a produção ainda capitaneada por Bob Rock (por isso as piadas sobre Bob Rock, que o acusam da transformação da banda) . O Album é simplesmente uma bosta! Não tem solo de guitarra, Lars Ulrich larga de mão o virtuosismo e toca uma bateria podre, como se estivesse batendo num latão enferrujado. Não entendi a proposta da banda, só sei que nem thrash, ou simplesmente heavy metal dá pra se encaixar aquilo (to dizendo que não dá!). Se algum desavisado pegar o album e escuta-lo sem ter lido que é do Metallica, so arriscaria dizer que é dessa banda pela voz de James, porque o resto está totalmente diferente.

Eis uma bela duma bosta!
É nesse momento que Jason Newsted cai fora da banda. Ele alega "problemas físicos devido ao fato de tocar a música que amava" para sair da banda. Todo o mundo sabe, no entanto, que ele saiu porque queria tocar com seu projeto paralelo, o "Echobrain" mas que Hetfield ficava enchendo o saco dele e, como já falei, nem participar da banda direito ele podia. Quanto aos problemas físicos: ficar bangueando do jeito que ele ficava no palco so pode ferrar com o pescoço dele mesmo. Na turnê do álbum, Bob Rock toca baixo para a banda.
Entra então o Roberto Trujillo (em espanõl, se lê assim: o "j' como "rr" e os "ll" como "j", então se lê "Trurrijo", aprendeu?), ex- Ozzy, Suicidal Tendencies (conhecida banda de latinos mal encarados).

Kirk, Lars, James e Robert
É outro baixista com outro estilo, bem inferior ao Jason e muito, mas muito, inferior ao Cliff! É um gorila que costuma usar trancinhas e caminha feito um troglodita no palco. O cara não é ruim (senão não estaria no Metallica!) mas não é a mesma coisa de outrora.
Finalmente em 2009 parece que o Metallica sai do coma e lança "Dead Magnetic", um album que tenta voltar, mesmo que somente um pouquinho, as raízes que fizeram do Metallica a banda que é hoje.
Sinceramente...
Olha, eu ouvi e tentei achar alguma coisa legal nesse álbum, mas não consegui. Não desce! Bem melhor que os albuns "pós Black Album" mas está longe de ser um "Ride The Lightning", quem dirá um "Master..." Me parece que falta inspiração. Não consigo identificar algo no album semelhanta "Fade to Black", ou "Creeping Death", "From who the bell tolls", "Sad But True"...

Bom, concluíndo: não teremos mais o Metallica dos anos 80, uma banda de piás com espinhas na cara e com todo o leite pra detonar. Assim como o Iron Maiden (salvando proporções...) parece que o tempo age nas bandas a medida em que a maturidade bate em cada membro delas.
O fato é que o Metallica mudou não somente em sua música, mas em suas atitudes. Até mesmo o fato de Lars ter tomado postura contra o Napster repercutiu mal, especialmente para uma banda vinda do underground.
Pelo conjunto da obra o Metallica foi agraciado no Rock And Roll Hall fo Fame em Cleveland. Na ocasião, houve o reencontro da banda com Jason Newsted sem ressentimentos. O que me deixa louco é ver o Trujillo no meio sem ter feito porra nenhuma.

Metallica no Hall of Fame
O que temos agora é um Metallica que vive do passado, onde em suas apresentações a grande atração são os bons, pesados e inspirados clássicos porque se depender do material novo ninguém iria querer saber.
Espero que o proximo trabalho do Metallica siga nessa recuperação e que a banda recupere sua inspiração... e que o Trujillo mostre a que veio.

sábado, 2 de outubro de 2010

Sherlock Holmes

Quando vi o cartaz do filme no cinema com Robert Downey Jr. e Jude Law estampado e com o título "Sherlock Holmes" confesso que me empolguei, como fã incondicional dos romances policiais, em especial pelo eterno personagem criado por Sir. Arthur Conan Doyle. Também sempre gostei dos filmes do Downey, especialmente o "Air America: loucos pelo perigo" que ele atuou com Mel Gibson e recentemente "O Homem de Ferro". Nesse filme, em especial, o cara se supera e adiciona seu talento caracterizado pela comicidade tenaz na interpretação do mais famoso detetive da literatura universal (o personagem de Conan Doyle deixou de ser propriedade inglesa a muito tempo).

A sinopse do filme conforme o site http://www.adorocinema.com/ : "Final do século XIX. Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) é um detetive conhecido por usar a lógica dedutiva e o método científico para decifrar os casos nos quais trabalha. O dr. John Watson (Jude Law) é seu fiel parceiro, que sempre o acompanhou em suas aventuras. Porém esta situação está prestes a mudar, já que Watson pretende se casar com Mary Morstan (Kelly Reilly). Isto não agrada Holmes, que não deseja o afastamento do colega. O último caso da dupla envolve Lorde Blackwood (Mark Strong), por eles preso ao realizar um ritual macabro que previa o assassinato de uma jovem. Blackwood já havia matado quatro mulheres e tem fama junto a população de ser um poderoso feiticeiro. Ele é preso e depois condenado à forca, mas misteriosamente é visto deixando o túmulo onde seu caixão foi deixado. Holmes e Watson são chamados para solucionar o caso e logo ele se torna um grande desafio para o detetive, que não acredita em qualquer tipo de magia. Em meio às investigações há o retorno de Irene Adler (Rachel McAdams), uma ladra experiente por quem Holmes tem uma queda."

Devo dizer que eu adorei o filme, embora também é necessário reconhecer que o diretor Guy Ritchie reinventou o detetive. E com maestria. Digo isso porque os principais elementos do personagem de foram mantidos, como a frieza em situações de risco e a dedução lógica aguçada. Contudo, várias críticas surgiram quando foram identificados novos elementos, definidos por alguns como  "americanização" do personagem.
Ou seja, na "versão 2009", Sherlock Holmes não é tão recatado como nas descrições que Watson faz nos textos originais de Conan Doyle. É um homem despojado, durão e que adora expor suas habilidades físicas além das mentais, totalmente diferente do Sherlock original, cuja descrição e comportamento de "gentleman" o caracterizava. Entendemos a "americanização" do detetive no momento em que o diretor resolve transformar um personagem frio e muitas vezes sem graça (se não fosse pelas suas incríveis conclusões científicas sobre os casos) em um herói de ação (como todos sabem, americano não consegue fazer um filme sem dar porrada em alguém). O ambiente bem-humorado e ao mesmo tempo sombrio baseado na Londres vitoriana do seculo XIX também são novidades nas narrativas do detetive.
No filme, seu fiel companheiro, Dr. Watson, está simplesmente divino na interpretação de Jude Law. Aliás, Jude Law (que conquistou meu apreço no filme "Circulo de Fogo") também reinventa o personagem tornando-o mais interessante.

Esse é um aspecto interessante no filme. Os personagens tornam-se jovens e virís, deixando de lado o estereotipo de homens de idade com retidão extrema. Para muitos fãs conservadores de Sherlock Holmes, o filme pode parecer um afronto.
Para mim, no entanto, um filme inteligente, divertido e de bom gosto. O final dele deixa no ar o início de uma franquia. Tomara!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Minha homenagem a Tony Curtis

Cheguei no meu trabalho hoje e ao acessar o site do Terra pude ler a triste notícia da morte do ator americano Tony Curtis.

O cara foi galã das antigas e lembro dele nos filmes que a Globo passava na Sessão da Tarde quando eu era criança (do tempo em que a Globo passava filmes bons!).
Tony Curtis participou de mais de 140 filmes, muitos deles comédias memoráveis. A comédia mais marcante em que Curtis atuara foi "Monsier Cognac", cujo principal personagem era um cão poodle astro de TV que fugia sempre para beber. Um verdadeiro sarro.

Porém, o papel mais marcante de Curtis no cinema foi junto a outro monstro de Hollywood, Kirk Douglas, no filme "Spartacus" de Stanley Kubrick (1960).
Não preciso dizer que o cinema perde muito. Tony Curtis era um dos atores das antigas que eu mais gostava, juntamente com Charlton Heston, Gregory Peck, Kirk Douglas, Richard Burton, entre outros.
Com mais de 50 anos de carreira e uma centena de filmes como protagonista, Curtis, cujo verdadeiro nome era Bernard Schwartz, nasceu em 3 de junho de 1925, em Nova York, em uma família de origem judaica.
Morreu aos 85 anos em sua residência na cidade de Henderson, no estado americano de Nevada, informou nesta quinta-feira (30) sua filha, a atriz Jamie Lee Curtis (aquela do "True Lies"), ao site Entertaiment Tonight.

domingo, 26 de setembro de 2010

Nightwish

É muito legal quando a gente vê bandas que simplesmente reinventam o rock, em especial o heavy metal, desde que usando o bom censo e bom gosto artístico. Um caso desses é o Nightwish, banda finlandesa que iniciou sua carreira nos anos 90 mas que estourou mesmo a partir do ano 2000. Os meus amigos sabem que sempre gostei do heavy metal bem tocado, que não agride os ouvidos e que até a avó do cara é capaz de gostar dos arranjos musicais bem feitos. Não poderia, portanto, deixar de admirar o trabalho dos escandinavos que gradativamente conquistaram sua terra, a Europa e depois o resto do mundo.
Bem, Nightwish foi formado em 1996 na cidade de Kitee, na Finlândia, pelo tecladista e compositor Tuomas Holopainen; a formação original ainda contava com o guitarrista Emppu Vuorinen e a vocalista Tarja Turunen. Atualmente o grupo tem cinco integrantes, sendo que Tarja e o primeiro baixista, Sami Vänskä, já não estão mais envolvidos.
Jukka, Marco, Tarja, Tuomas e Emppu
O cabeção da banda é Tuomas. Músico talentoso por excelência, é o líder da banda e responsável pelas letras e composições musicais dominando os teclados. Entretanto, o Nightwish não se tornou conhecido pela musicalidade de Tuomas, nem mesmo pelas extrema competência técnica do batera, Jukka Nevalainen, mas sim pela sua vocalista, Tarja Turunen (antes de mais nada aprendam: o "j" faz som de "i" nas línguas germânicas e escandinavas), que possuía formação lírica. Assim, o Nightwish tornava-se uma banda com uma peculiaridade musical marcante, misturando heavy metal, sinfonia e lirismo em suas composições.
Justamente por ser uma combinação musical atípica, o Nightiwish se destaca, principalmente, pela competência de Tuomas ao compor e a arranjar todos estes elementos de maneira harmoniosa, fazendo um trabalho de prima.
Well,... entretanto, quando tocamos no nome da banda Nightwish, o que vem a nossa mente hoje é: sombras, escudirão, anjos da noite, tristeza, angústia, depressão, menininhas vestidas de preto com maquiagem carregada, enfim... o tão falado estilo gótico.
Mas a coisa não é bem assim. Na verdade, Tuomas, no início com o álbum "Angels fall fisrt", escrevia composições metafísicas, baseadas em mitologia nordica. Aos poucos isso vai mudando e as letras passam a ser pessoais e vão gradativamente sendo influenciadas por obras como as do escritor americano ultra-romancista Edgar Allan Poe, o que impinge à banda o estilo gótico (já já vou falar sobre esse troço). Isso é nítido nos álbuns "Century Child" e "Once" culminando no álbum "Dark Passion Play". No álbum "Once", no entanto, nota-se um estilo de heavy metal industrial sendo incorporado no estilo da banda. Notei isso em faixas como "Dark Chest of Wonders", "Wish i had an angel" e "Romanticide".

Tuomas sendo o principal compositor da banda não esconde suas influências musicais. São nítidos os elementos musicais de bandas de heavy metal melódico e power metal como Stratovarius e Helloween além de sua paixão por trilhas sonoras, especialmente pelo trabalho do maestro compositor de Hollywood Hans Zimmer. O próprio Tuomas admitiu em várias entrevistas que é fissurado em trilhas sonoras de filmes. Isso é fácil de acreditar e entender pois existem trilhas muito maneiras mesmo. Se nós ouvirmos atentamente "Once" e "Dark passion play" veremos esse elemento nas composições que dão um resultado muito original e bacana.
Tuomas Holopainen
Outro cara que eu admiro bastante na banda é o batera: Jukka Nevalainen. O cara debulha a batera. A técnica de dois bumbos se sobressai e sua participação nas canções é intensa de maneira que a bateria se sobressai sempre nos arranjos musicais das Músicas do Nightwish.

Jukka
Bem, até o álbum "Wishmaster" Sammi era o baixista, mas por questões de "divergências musicais" (sempre a mesma história), Sammi vaza da banda e entra Marco Hietala que além de baixista era vocalista da banda Tarot, que existia desde 1985 mas nunca deu muito no couro. Aliás, o Tarot só começou a aparecer graças ao Marco depois de entrar para o Nightwish. Marco, além de tocar baixo, assume em duetos com Tarja, o que trás uma nova roupagem para as composições da banda. Em muitos casos, temos o contraste gutural-lírico com interpretações bem fortes. Podemos ver isso nas músicas "Dead to the world" e na interpretação da "The phantom of the opera" no álbum "Century Child". Isso trás novas possibilidades para a banda, pois não será mais necessário apenas contar com um vocal feminino.

Marco Hietala
Porém (sempre temos um "porem"...), Marco ultimamente acha que tem uma voz espetacular. E está longe disso. Ultimamente anda se aventurando em projetos paralelos com o Tarot. Mas o que se deve ressaltar é o papel de coadjuvane em interpretações vocais no Nightwish. Ele, inclusive, deu uma imensa mão para a nova vocalista da banda no ultimo álbum, "Dark Passion Play".

Mas nem tudo foi flores para o Nightwish.
O auge da banda ocorreu com o lançamento do disco "Once" e sua turnê acaba em outrubro de 2005 com um show em Helsinki para mais de 11.000 pessoas (o maior da banda até então) no Hartwall Arena. O show gerou o terceiro DVD da banda intitulado "End of an era" (eles adoram titulos assim, o outro DVD era "End of Innocence').
Imediatamente após o show Tarja é demitida da banda por uma carta aberta da mesma no site oficial da banda. Muitas são as especulações sobre o fato. Mas a real é que Tarja já não pertencia mais ao convívio da banda isolando-se, em grande parte graças ao seu marido, o argentino (tinha que ser...) Marcelo Cabuli, que também é empresário dela. A banda justificou na carta que estava de saco cheio com algumas atitudes da mulher, como cancelar um show em Oslo só para ir ao cinema e dizer num vôo para Toronto que poderia sair da banda a hora que quizesse. O fato é que, desde a época do álbum "Oceanborn" Tarja já era influenciada por seu marido cafetão a seguir carreira solo. Eles (Tarja e o marido abobado) imaginaram que pelo fato da principal característica da banda ser a voz lírica de Tarja, a banda faria o que eles desejassem. Se ferraram!
Por falar no tal argentino, eu depois de algum tempo fiquei sabendo quem ele realmente era. Marcelo é empresário especializado em lançar discos de bandas de rock no mercado latino-americano, como o Angra, Rhapsody of fire, Beto Vazquez, entre outros.

O argentino "Yoko Ono" e Tarja
Existe outro lado da história. O próprio argentino dá sua versão dizendo que na verdade a demissão de Tarja é um amor mal-correspondido dela por Tuomas que seria apaixonado por ela. Balela!
Bem, a banda estava então sem a vocalista e, ao meu ver, sem a maior atração da banda, pois a verdade é que Tarja era uma peça peculiar e fazia o diferencial na banda. A grande característica do Nigthwish era o elemento ópera adicionado justamente pela interpretação lírica de Tarja, Além de ser um mina muito gata e gostosa.
Eu sinceramente fiquei muito impressionado com o anúncio da saída dela. Após esse tal anúncio, a imprensa começa a especular nomes e muitos surgem. O mais forte de todos foi o de Simone Simmons, vocalista da banda Epica que além de ter formação musical semelhante de Tarja era gostosa pra cacete. Mas não foi isso o que ocorreu.
Assim como Blaze Bayley no Iron Maiden e Andi Deris no Helloween, a banda (ou quem quer que seja) opta por uma guinada de 180º e contrata a sueca Annete Olson. Eu nunca ouvira falar dela.  Sua formação musical é totalmente distinta de Tarja: não tem nada de lirismo, embora com uma voz limpa bem feminina e linda. O problema é que as composições até então foram feitas para Tarja cantar. A discrepância é muito grande.
No disco "Dark Passion Play" isso é nítido. O vocal deixa de ser o principal atrativo da banda dando lugar aos inspirados arranjos de Tuomas e ao peso da guitarra de Emppu Vuorinen (guitarrista desde a formação original e que não o mencionei ainda). Então, com ela temos o "Dark Passion Play".
A minha opinião é a seguinte: Annete é inferior a Tarja. Tanto em voz quanto em beleza. Claro que beleza não faz muito numa banda, mas como eu sou um cara que gosta de mulheres, então... Mas Annete está longe de ser uma vocalista ruim e de ser feia. Alíás, bem longe disso! Meu medo é que o Nightwish vem a perder, não pela ausência de Tarja, mas pelo fato de se descaracterizar ao optar não mais por um vocal lírico.
Marco, Tuomas, Annete, Emppu e Jukka
Assim como nos exemplos de vocalistas que mencionei, a escolha de Annete é muito impactante para a banda e nem sempre acaba bem. Lembremo-nos do Bayley no Maiden. Mas também podem dar muito certo como Deris no Helloween, embora devamos admitir que a banda nunca mais foi a mesma (já falei em outro post sobre o Helloween). De forma que eu acho a vinda de Annete para banda uma grande aposta. Sem falar em outros "pormenores": Annete é casada, tem 34 anos e um filho pequeno. Isso pode dar um pouco de trabalho para ela e até para a própria banda.
Então ficamos na espectativa dos novos trabalhos do Nightwish. Para mim, mais um belo presente que a Escandinávia, em especial a Finlândia dá ao heavy metal.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Helloween

Vou falar um pouquinho sobre o Heloween.

Em primeiro lugar, quero dizer que sou muito suspeito em falar sobre o Helloween, pois é a minha banda favorita. Aliás, lembrar dos primeiros dias que conheci o som deles é muito legal (os churras na casa do Frizzo...).
Bom, o Helloween nasceu em 1984 em Hamburgo na Alemanha e contava com Kay Hansen na guita/voz,  Michael Weikath na guita, Marcus Grosskopf na baixaria e Ingo Schwichtenberg na batera e foi o precursor do metal melódico. É claro que se você for pesquisar a fundo, o Helloween teve alguns caras na formação antes desta, mas a revelação da banda mesmo foi nesse período.
É nítida a influencia do Iron Maiden no Helloween, embora logo no início o som melódico não era assim tão evidente pois com Hansen no vocal a banda ainda tinha um som muito cru, mas era bem tácito a influencia nas melodias e os primeiros acordes do que viria a ser chamado de speed metal (se quer saber um pouco mais sobre speed metal, vai ouvir Cacophony ou mesmo o Stratovarius).
Com essa formação o Helloween gravou um EP e o famoso "Walls of Jericho" em 1985.

Esse foi o primeiro album de fato da banda. Depois disso vieram os dois lendários álbuns da banda: "Keeper of the seven keys part I" e "Keeper of the seve keys part II". Ambos contando agora com Michael Kiske no vocal.

Bom, aí começa a "lenda da abóbora". Por falar nisso, se você ainda não sabe o motivo do título deste Blog, ou porque você não me conhece direito, ou porque não acompanha heavy metal, ou os dois juntos ou porque é burro mesmo.


Voltando a vaca fria. Michael Kiske, um piá de apenas 17 anos assume o vocal da banda com uma voz inegualável. Claro, todos eram uns piás, mas o frango na história era ele. Voz extremamente afinada, influenciou muitos outros vocalistas na posteridade. Alíás, os albuns "Keepers" influenciaram praticamente todas as bandas européias do chamado "heavy metal melódico" ou simplesmente "Power Metal" originadas nos anos 90 (Stratovarius, Angra, Rhapsody, Blind Guardian, Sonata Arctica, Edguy, Hammerfall, Dragonforce, Dragonland, Dragonminhavara, Dragon...etc).
O Helloween se caracterizava, além de seu som melódico bem trabalhado e veloz, pela sua irreverência e bom humor nas letras e apresentações. A prova maior disso são as artes de seus álbuns com as tradicionais abóboras do halloween. Aliás, Helloween com "e" é um trocadilho com a palavra "hellow" (explicação dada). Os caras eram, e ainda são, umas figuraças, os clips da antiga eram muito legais e divertidos.
Ainda com Kiske de front man da banda lançam o maravilhoso "Live in U.K." em 1989. É o melhor (eu disse o melhor) disco ao vivo de heavy metal que eu já escutei. Muito bem tocado e bem gravado. Apenas 7 músicas no álbum, mas uma maravilha.
Não vou ficar postando imagens dos álbuns porque não tenho tanto saco assim.
Bem. Eu penso que esse foi o auge da banda em sua clássica formação. Meu Deus, como eu gostaria que essa formação existisse até hoje. Dá uma sacada na formação clássica:

Kiske, Markus, Weikath, Ingo e Kay
Após esses discos, Kay Hansen sai da banda. Era o fundador do Helloween. Alguns dizem que ele saiu por causa das intermináveis turnês e outros pelas divergências musicas que começaram a surgir. O fato é que trabalhar com o Mr. Weikath não é nada fácil segundo algumas bocas.
Hansen sai da banda e funda o Gamma Ray, uma bela banda de puro Power Metal. Hoje, Hansen é considerado o pai do gênero, nascido no âmago do Helloween. Em 2008 tive a oportunidade de assistir as duas bandas juntas em Porto Alegre. Eu chorei, confesso. Fiquei triste porque estava sozinho sem nenhum amigo para curtir junto, mas foi uma noite muito especial pois desde os 16 anos escutava aqueles caras e com 31 anos tive a oportunidade de estar ali e assisti-los ao vivo!
Ok! Com a saída de Hansen entra Roland Grapow. Guitarrista virtuoso, impõe mais técnica nos arranjos e solos. Amigo pessoal do Malmsteen (pasme, o babaca tem um amigo!) Roland entra na banda numa fase fodida: Weikath se apossando da banda, Kiske se metendo em ceitas religiosas e Ingo com esquizofrenia diagnosticada além de piradão por causa da cocaine. Nessa fase, gravam dois álbuns: "Pink bubbles go ape", distoando dos trabalhos anteriores, perdendo peso e velocidade, mas sem perder a melodiga; e "Chameleon", totalmente pop e descaracterizado do estilo Helloween. Nesse momento, em 1993 a banda quase implode. Ingo pirado cada vez mais e sequelado pela cocaína se joga nos trilhos do metro em Hamburgo e morre (obvio ne...) e Kiske sai fora da banda.
Começa então uma renovação com novos membros. Entra Andi Deris (ex- Pink Cream 69) e Uli Kusch (ex-Gamma Ray). A banda se reinventa. Sinceramente não consigo ver muitas similaridades entre o som do Helloween da era Andi Deris com a de Michael Kiske. É claro que traços característicos permanecem graças a Weikath. Mas Andi tem um vocal bem mais hard e menos melódico do que Kiske. Aliás, Andi é bastante inferior vocalmente falando, que Kiske. Não que Andi seja um vocalista ruim, mas simplesmente lhe falta voz, o que sobrava em Kiske. Andi tem uma formação hard rock com uma influencia nítida do Coverdale, Gillan e Plant e por isso totalmente diferente de Michael Kiske. Os clássicos tiveram que ser reinventados, como "Dr. Stein" e "Future World" para a voz de Andi. "I want out", minha música favorita e maior sucesso da banda simplemente se descaracteriza quando cantada por Andi. Por isso quase nem faz parte do setlist da banda. Mas justiça seja feita, Andi é um bom vocal. "A tale thats wasn't right" é cantada com maestria por ele e as composições novas são muito bem cantadas (também, foram feitas pra ele...). Uli Kusch não só da mais gás na batera como também impõe uma pegada bem mais pesada que Ingo. Com essa formação, o Helloween grava 5 álbuns de estúdio: "Master of the rings", The time of the oath", Better than raw", "Metal jukebox" (só de covers) e "The dark ride", sem falar na pá de singles que surgem por aí e "High Live" (ao vivo).
Markus, Uli, Weikath, Andi e Roland
Eu gostei muito desta formação. Devo dizer que é uma banda totalmente diferente da formação antiga e funciona como uma "outra banda" para os ouvidos. É bem mais técnica, graças e Grapow e a Kusch. É, enfim, a formação que consolidou a banda. Muita coisa boa saiu dessa formação: "Sole Survivor", "Steel tormentor", "Hey Lord", "I can", "Forever and one" e... "Power"!
Porém, alguma coisa tinha que dar errado. Ao gravarem "The Dark Ride" o pau começou a comer entre a banda. Oficialmente dito por motivos de "divergências musicais" Ulis Kusch e Roland Grapow caem fora da banda. Ninguém me tira da cabeça que o Roy Z tem culpa no cartório. Ele foi o produtor do "The Dark Ride" e impos um estilo de heavy metal sombrio (basta ver as porcarias que o Bruce Dickinson gravou depois que saiu do Iron, adivinha quem era o produtor?). Esse Roy Z sempre tentou "reinventar" o heavy metal e sempre fez merda. Bom, o fato é que a banda novamente ficou sem um guitarrista e sem um batera. Fato também que a banda se distanciou muito de suas origens (mais uma vez!) com esse ultimo álbum. E agora?
Para gravar o próximo álbum, "Rabbits don't come easy",entram em campo Stefan Schwarzmann (ex-Running Wild) na batera e Sasha Gerstner na guitarra (ex-Freedom Call). Stefan grava o disco e vaza. Alguns dizem que foi por problemas de saúde. Hoje está tocando na banda grega Firewind (aquela do Gus G). Entra no lugar dele Dani Löble (nunca tinha ouvido falar dele).
Bem, com a saída de Kusch a banda não perde tanto na batera, uma vez que o Dani é muito bom e segurou bem, mas na guitarra... Sasha não tem o mesmo virtuosismo que Grapow. Senti ali que a banda perdeu musicalmente com a saída de Grapow, não que Sasha fosse ruim, mas... os solos não são mais melodiosos como antes.
Com essa formação, a banda grava então mais três álbuns: "Keeper of the Seven Keys: the legacy", "Gambling with the devil" e "Unarmed", disco acústico comemorativo aos 25 anos da banda  só com as músicas clássicas - uma bela duma bosta.

Weikath, Andi, Sasha, Dani e Markus
Definitivamente a banda não é mais a mesma. Tenho saudade dos Keepers e do tempo em que Grapow estava na banda. Ainda esse ano vai sair "The seven sinners". Já escrevi sobre ele antes. Vamos ter que conferir.

Sobre o último do Stratovarius

Eu sei, eu sei...
o Album "Polaris" dos finlandeses Stratovarius foi lançado no primeiro semetre ainda do ano passado. Mas mesmo assim gostaria de deixar minhas impressões sobre este album, pois, além de ser uma das bandas que gosto muito, também é um marco na renovação musical dos caras, que quebraram o pau com Timo Tolkki, então dono da banda e ultimo remanescente as antigas formações.
O som do Stratovarius é um som virtuoso, calcado no estigma da linha heavy metal melódico (não power metal), com arranjos bem feitos e tal. Embora o cara fosse um chato de marca maior, Timo Tolkki era a alma musical da banda. 99% das composições eram dele. Seus arranjos e riffs eram legais mesmo. Com a saída dele a banda perdeu muito musicalmente, Matias Kupiainen, no novo guita, não tem a mesma expressão musical.

Confesso que dessa vez eu não comprei o CD, mas eu o baixei e até fui ao show dos caras em Porto Alegre. O som do album é muito bom, tem todos os elementos do Strato, mas como já disse o ponto fraco é a guita. Não que o cara não soubesse tocar, mas o Tolkki tinha mais feeling (falar de feeling de uma banda finlandesa, que vive quase sempre coberta de neve,...), em seus solos não mostrava todas as ferramentas de uma vez, não estava interessado em mostrar o quanto era bom, como alguns abobadas guitarristas. Tolkki nunca esquecia das músicas em si. O Matias é esforçado, mas longe da presença musical de Tolkki (digo musical, porque de palco o gordinho era zero). Em determinado momento do show em POA, Matias e o baixista, o Lari Porra (sem piadas por favor) fizeram uma "briguinha de solos". O Porra é porra do caralho, debulhou o cara.
Em síntese, eu daria nota 8 pro Polaris. Assim como outras bandas, não são todas as músicas que eu gosto da banda. Eles adoram tocar um speed metal que me cansa, por isso eu gosto mais de sons como "EagleHeart", "Hunting high e hand low", "Elements", "When the night meets the day", "Fantasy", "Kiss of the Judas", e por aí vai.
Quanto as faixas deste album , vou destacar "Higher we go", um heavy metal bem trabalhado e empolgante.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Operação Valquíria

Existem muitos assuntos os quais eu sou fascinado. Um deles em especial é a Segunda Guerra Mundial e, portanto, não poderia deixar de ler "Operação Valquíria" nem mesmo de assistir ao filme de mesmo título. "Operação Valquíria" é uma obra jornalistica romanceada baseada no plano para matar Hitler encabeçado pelo Coronel alemão Klaus Von Stauffenberg e que deu com os burros n'água. Eu já tinha assistido ao filme "Plano para matar Hitler" que narrava a mesma história, mas recentemente houve o lançamento do livro escrito por Tobias Kniebe cuja narrativa matou a pau.
Eis minha recomendação: assista primeiro ao filme estrelado pelo Tom "Cruzes" e depois leia o livro. Apesar de ser baseado na história real, o filme abrevia muito a história. Já o livro narra em detalhes impressionantes todos os passos o que deixa o cara sem fôlego. Somente depois de assistido o filme é que muitos dos personagens são remontados a memoria e você consegue compreender bem toda a trama (que de fato ocorreu).

Para aumentar mais minha satisfação, o canal da National Geographic (o NatGeo) apresentou uma série de documentários sobre os 70 anos do início da Segunda Grande Guerra. Então eu tinha o livro: lia algumas paginas e ia para a Web para saber mais dos personagens; e ainda parava para assistir ao documentário no NatGeo. Tudo se encaixando.

Para quem gosta do assunto da II Guerra, política internacional, conspirações e coisas do tipo, eu recomendo. É muito bom!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ultimo do Angra

Além do Iron, estava ancioso para conhecer também o novo album do Angra. Depois de 6 anos e muito quebra-pau com a Rock Brigade, saiu o "Aqua", um album conceitual que traz a temática da ultima obra de Shakespeare "A Tempestade".
Bom, não sou músico, por isso a dificuldade em falar alguma coisa do Angra. A banda toca muito mas é preciso tomar cuidado para que o trabalho da banda não vire "estudo musical" ou seja, música pra músico. Não é o caso ainda.
O álbum está nos moldes do "Temple of Shadows" mas com mais peso e cadência, graças ao alinhamento do Andreoli na baixaria e do Confessouri. Eu preferia o Aquiles na bateria do que o Confessouri mas o cara é muito bom. Pois bem. eu só escutei uma vez o álbum na íntegra, a faixa que até o momento me chamou mais a atenção é a "rage on the water" com um refrão um pouco mais pegajoso e fácil de cantar. O álbum é técnico, caracterísica do Angra, mas é gostoso de escutar, pois não agride os ouvidos. Em breve darei maiores detalhes.
De antemão o que se pode destacar é que felizmente o Angra voltou e em plena forma.

Apenas para constar...

...como este blog é novo eu me vejo na obrigação de comentar sobre o ultimo album do Helloween comemorativo aos 25 anos da banda: "Unarmed".
Tche, ta certo que clássicos em versão acústica são muitas vezes bem-vindos e ficam legais e tal, mas assassinar clássicos do heavy metal também não. "Unarmed" é uma bosta. Não entendo o que o Helloween e seus produtores pensaram ao cagar esse disco. Como é que os fãs acostumados com o peso do som deles vão encarar esse troço? Esse album me lembrou aquelas músicas do disco do Fofão de quando eu era criança. E ainda falam mal do "Chameleon". Para dizer que não estou mentindo, assistam isso:
http://www.youtube.com/watch?v=Dgczlx3Yjds&p=3D3348A082998CA0&playnext=1&index=1

Mas nem tudo está perdido. Vem aí o "Seven Sinners". Ouvi só uns trechos de algumas faixas mas o peso está lá.

Ultimo do Iron Maiden

Contrariando a praticamente todos os meus amigos eu ainda insisto em comprar CDs. Embora chamado de troxa pra fora, ainda gosto de saborear os encartezinhos e a arte final da ambalagens. Não poderia ser dessa vez que deixaria de comprar mais um CD, o último do Iron. Embora eu confesse que não seja o fã número 1 da banda, digo que é minha segunda banda favorita e por isso tenho alguns CDs deles sim, apesar de já ter ouvido a todos cuidadosamente. Também devo admitir que desde o "Brave New World" o Iron vem resbalando e fazendo trabalhos de péssima qualidade, como se os dois ultimos albuns tivessem sido lançados apenas para cumprir algum tipo de contrato, pois são uma verdadeira bosta.
Deixando a especulação de lado, de que este seria o 15º e ultimo album de estudio da banda, sai "The Final Frontier". Pois bem, eis minha opinião:
Está longe de ser um petardo como "The Number of the beast",  "Powerslave" ou "Piece of Mind", mas dá pra dizer que finalmente tivemos o Iron de volta. É claro que  um setlist somente com as músicas deste album não iriam segurar muita coisa. Aliás, um show do Iron não será um show do Iron sem as músicas clássicas (obs: acho que "Brave New World" e "Blood Brothers" já podem ser consideradas classicos).
Não dá pra negar que o Iron Maiden como banda não tem mais a pegada de 20 anos atrás e que sua música está muito mais progressiva, com arranjos bem cuidados e bem mais distante do som cru do NWOBHM (a lendária sigla).
Também devo admitir que não sou fã de todas as músicas dos albuns antigos do Maiden. Pra falar a verdade, de cada album eu selecionaria para o meu MP3 umas 3 ou 4 de cada (a excessão dos fraquíssimos Dance of Death e A Matter... que são umas porcarias em sua íntegra). Não poderia ser diferente em "the Final Frontier". Adorei a música título e aproveito para dizer que foi uma cagada colocar a porcaria da "Satellite 15" na mesma faixa da "The Final Frontier". Tenho sempre que ficar apertando no forward para passar aqueles 4:36 minutos chatos para escutar o que quero. Adorei "The Final Frontier", achei meia boca "El Dorado", o single do álbum que foi "tão aclamado" pela mídia. "Mother of Mercy" começa legal e tal, mas o tom alto do Dickinson mostra que ele não precisa tentar inventar novs forms de se cantar e isso fazcom que ele fique muito chato. Gostei muito de "Coming Home", embora meio progressiva, me lembrou muito os trabalhos do Dickinson solo e podemos chama-lá de balada, mas construída com peso e muita competencia. "The Alchemist" também é legal, mas não iria para o MP3. As demais faixas são boas mas nada excepcional. Porém... "When the wild wind blows" é uma maravilha! Longe de ser um som extremamente pesado, é pesado, meio prog, mas é pura inspiração. Eu ainda vou ouvir a galera num show cantando com Bruce essa faixa. "The Final Frontier", "Coming Home" e esta ultima iriam para o meu MP3, de forma que eu dou nota 8 para o album e fico feliz, pois o Iron Maiden ainda é o Iron Maiden.