domingo, 9 de janeiro de 2011

Wikileaks

Parece coisa de cinema, mas não é. Os EUA finalmente provam de seu próprio remédio: uma tecnologia criada em seus centros militares que corria o risco de ficar ociosa após a Guerra Fria agora é usada em larga escala global, a ponto de fazer com que seu controle seja perdido tornando-se impossível. Trata-se da Internet.
Wikileaks é um exemplo disso. Não pretendo neste post explicar o que a mídia explica a meses. Quero apenas analisar o fato de que tudo isso somente seria possível se houvesse uma tecnologia como a Web para a disseminação das informações de maneira veloz e em escala global. Lembremo-nos que os padrões tecnológicos são definidos ainda em solo americano para a Internet, e mesmo assim o controle da rede é praticamente impossível.
Mesmo que a Casa Branca quizesse, não seria possível estancar a informação pela Web, por mais que toda a informação passasse por servidores norte-americanos. Tecnicamente seria possível, se não implicasse em outras questões políticas e comerciais.
Uma guerra total de informações a ponto de paralizar esse meio de comunicação paralisaria tudo e todos.. inclusive os EUA.
Essa já é a nova fronteira de combate do séc. XXI. Os soldados não dão mais tiros, mas tecladas e não precisam necessariamente usar uniforme ou mesmo ter um rosto.

Independente das razões políticas do Sr. Julian Assauge, o Wikilieaks mostra que qualquer nação torna-se cada vez mais vulnerável a medida que adota tecnologias, especialmente as TIs, tornando-se dependente destas.
Vemos nessas circunstâncias mais uma vez o personagem do hacker. Impressionante como um hacker flutua entre o estereótipo de vilão ao estereótipo de herói. Ambos são hackers. Contraventores. Muitos deles jovens irresponsáveis que não sabem (ou pensam que sabem) o que fazem. É interessante o poder da mídia sobre esse assunto, a ponto de cunhar um novo termo para eles: "hacktivista" (hacker+ativista), dando um cunho político a pratica de pirataria cibernética.
Um hacker não tem política nem ideologia. Faz por fazer, para mostrar pra si mesmo e para os amiguinhos do que é capaz, não importando com as consequencias que venham a trazer.
Não estou condenando o vazamento de informações proporcioando pelo Wikileaks, até porque foi uma das melhores coisas que ocorreram em 2010. Desnuda-se assim a face hipócrita, imperialista, discriminatória e arrogante dos americanos.
Minha única ressalva nisso tudo é: qual é o objetivo do Sr Julian e da Wikileaks? Para mim até o momento não está claro. Mas sim pra lá de divertido.

Ah, se quizer conhecer o Wikileaks, clica aqui: http://www.wikileaks.ch/ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário