quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

2001: Uma odisséia no espaço

Existem gêneros de obras literárias e cinematográficas que nos atraem, nos fascinam, nos inspiram e influenciam. Minha paixão pelo misterioso, pelo desconhecido e pelo reflexivo é conhecida. Além das coleções de livros da Agatha Christie, de Georges Simenon e de Arthur Conan Doyle, que acabam por me denunciar um aficcionado por romances policiais, não posso deixar minha paixão pela história pura e plena e também pela ficção científica. A ficção científica especulativa, aquela que tenta adivinhar como seremos no futuro baseando-se nos conhecimentos tecnológicos e científicos de hoje é, sem dúvida alguma, mais uma das minhas paixões que obviamente influenciaram minha personalidade. Não há dúvidas que este blog é um Raio-X do que e de como penso!
Se eu tivesse que relacionar 3 (apenas 3) filmes que me fizeram encostar a cabeça na poltrona e refletir sobre seu conteúdo, um deles certamente seria o clássico longa-metragem de 1968 de Stanley Kubrick 2001: Uma odisséia no espaço (2001: A Space Odyssey).

O bom de se morar ao lado do Shopping onde se tem uma filial das Loja Americanas é isso: você está entediado em casa e resolve dar uma banda lá e conferir o que tem no cesto dos DVDs em promoção. E lá estava esta obra-prima por apenas 14,99 pratas .
O filme é considerado por ninguém menos que Steven Spielberg como "o Big Bang dos filmes de ficção científica" . Para cineatas como ele, Hidley Scott e outros que exploram esse gênero, 2001: Uma odisséia no espaço é uma referência única e definitiva. Antes de 2001..., os filmes de ficção científica eram no estilo Flash Gordon com um amontoado de foguetes espaciais, armas lasers e foguetes intergalacticos.
Kubrick se adiantou no tempo quando, ao lado do famoso escritor e "futurólogo" Arthur C. Clarke, escreveu o roteiro deste filme. Não apenas por ter visualizado a chegada do homem à Lua mais de um ano antes de Neil Armstrong chegar até lá, mas também por haver realizado o primeiro filme a levantar a hipótese da inteligência artificial.
O filme narra a história desde a "Aurora do Homem" (a pré-história), onde um misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.
O computador HAL 9000, além de acabar se transformando no personagem principal do filme e num dos maiores vilões do cinema, possuía uma grande interação com seu operador, o Dr. David Bowman (Keir Dullea). Nota-se que o nome dado a máquina foi muito bem escolhido, visto que é formado pelas três letras que antecedem o nome da mais famosa marca de computadores do mundo: a IBM (percebeu? Antes do "I" vem o "H", antes do "B" vem o "A" e antes do "M" vem o "L"). Diz o mito que foi algo proposital, negado pela equipe, mas seria muita coincidência um computador ter uma referência tão clara assim a toa.
 O filme traça a trajetória do homem sempre abordando a evolução da espécie, a influência da tecnologia nesse crescimento e os perigos da inteligência artificial. O final, um dos mais emblemáticos da história do cinema, mostra astronautas travando uma luta mortal contra o computador - a versão moderna do confronto entre criador e criatura, que já inspirara clássicos como Frankenstein. Durante todo o filme o diretor levanta diversas questões que deixa em aberto até o fim. Para desfazer as dúvidas, Arthur C. Clarke escreveu uma seqüência em que são amarradas todas as pontas soltas: 2010: O ano em que Faremos Contato. Peter Hyans levou essa "continuação" de 2001 às telas, com resultados bem longe de memoráveis, em 1984.
A primeira vez que eu vi este filme eu não entendí absolutamente nada. Também pudera: eu tinha apenas 6 anos e estava junto com minha tia. Imaginem o que ela sofreu assistindo a esse filme comigo, na época uma atração da Globo (faz tempo!!), com uma criança que estava bem na ápoca dos "por quês". Ela se irritava simplesmente porque não conseguia entender as perguntas que eu fazia com relação ao filme pelo fato de também não ter entendido patavinas.
Passados 27 anos resolvi assistir pela cagagésima vez o filme e... continuo sem entender nada!
Então afinal de contas: o que o filme tem de tão fascinante assim?
Justamente isso...
O filme não trás respostas, mas sim perguntas. A genialidade da obra está no questionamento de nossa existência perante forças superiores que nos acompanham desde os nossos primórdios observando nosso desenvolvimento tecnológico mesmo que este ainda seja incapaz de revelar o real objetivo da existência do homem no universo.
O filme é uma aula de antropologia filosófica. Remonta nossa origem e nos perturba ao sugerir que a busca pelo desconhecido universo afora poderá ser concluída no interior do próprio ser humano. Estas são, no entanto, palavras de quem vos escreve. Tenho certeza que muitas outras conclusões poderão ser formuladas por diferentes prismas ao contemplar esta obra pioneira da ficção científica.
Embora as perspectivas tecnológicas terem sido acertadas ao citar a chegada do homem a Lua e a considerar a criação da inteligência artificial, Charles Clark considerou que colonizaríamos a Lua, faríamos viagens interplanetárias chegando a Júpiter ainda em 2001 e, no entanto, estamos em 2011 e nada disso ocorreu. Charles Clark argumenta, de maneira bem fundamentada, de que não há como prever os meandros políticos e economicos de uma civilização inteira. De fato, a obra foi escrita em plena Guerra Fria e não se imaginava que ela iria acabar da noite para o dia (lembremos que a Guerra Fria foi combustível para as corridas espaciais, e com isso o avanço tecnológico aeroespacial).
Para mim, 2001: Uma odisséia no espaço deveria ser exibido em todas as escolas de nosso país porque é uma obra única que nos convida a reflexão do papel da existência do homem e sua busca pelo desconhecido. As imagens que distribuí ao longo deste post são de cenas do filme, e mostram o quanto emblemático é o filme. O filme não é uma obra-prima pelo fato de ser inconclusivo, mas por permitir várias conclusões. Já se passaram mais de 40 anos de seu lançamento e até hoje seu texto é contemporâneo. Sem dúvidas uma obra feita a frente de seu tempo e que não tem prazo para deixar de nos perturbar. Humilde opinião de quem vos escreve...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sempre ao seu lado

Seguinte:
Se você gosta de cachorro como eu então não assista ao filme Sempre ao seu lado (Hachiko - A Dog's Story, 2009), estrelando Richard Gere e Joan Allen, a menos que esteja de bem com a vida.
Agora a noite estava de bobeira quando resolvi passear pelos canais de TV a cabo e me deparei bem no iníciozinho desse filme. Fiquei bastante receoso em assistí-lo pois tinha prometido a mim mesmo que não iria fazer isso, tal foi minha choradeira com Marley & Eu. Mas a curiosidade pela história falou mais alto, ainda mais pelo roteiro ter se baseado numa história real.
O longa é uma adaptação de uma história real, que aconteceu no Japão no início do século. Hachiko é o nome de um cachorro da raça akita que ficou famoso em todo o país depois que apareceu em reportagens de jornais que contavam sua história de lealdade ao seu dono, um professor da Universidade de Tóquio. Todos os dias Hachiko acompanhava seu amigo até a estação de trem e estava lá quando ele voltava para casa.
A história deste cachorro virou uma lenda no Japão e foi usada em escolas e casas para ensinar às crianças a importância lealdade entre amigos. Serviu também para despertar no país uma onda de criações de akitas, raça pura japonesa que estava cada vez menos popular. Há hoje na estação de Shibuya uma estátua de Hachiko, no lugar onde ele ficava esperando seu dono voltar.
O filme é, no entanto, baseado numa cidade americana com personagens americanos (tinha como ser diferente?).
Quando assisti ao trailer do filme, prometi a mim mesmo que não iria assistir o filme. Não cumpri minha promessa e me dei mal: me esvaí numa choradeira sem tamanho.
Simplesmente não há como não gostar do filme. Você pode gostar de cães ou não, basta ter coração para assistir ao filme e chorar.
O detalhe é que não nos emocionamos pelo cão em si, mas pela atitude de fidelidade que ele tem com seu dono. Ao contrário de Marley & Eu, quem faz a falta na história é o dono do cão e não o contrário.
Recomendo o filme. Não apenas pelo apego a cães que temos mas por ser um trabalho de bom gosto. É disso que estamos precisando ultimamente em nossas TVs e cinemas.

Como ter um infarto em 12 lições

Dr. Ernesto Artur - Cardiologista:

"Quando publiquei estes conselhos 'amigos-da-onça' em meu site, recebi uma enxurrada de e-mails, até mesmo do exterior, dizendo que isto lhes serviu de alerta, pois muitos estavam adotando esse tipo de vida inconscientemente."

1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.

2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.

3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.

4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.

5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.

6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes..

7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.

8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro. (e ferro , enferruja!!. .rs)

9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado.. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.

10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo estimulantes, energéticos e anti-ácidos. Eles vão te deixar tinindo.

11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.

É...
Acho que estou aprendendo rapidinho...

sábado, 15 de janeiro de 2011

The Big 4

Sabe aqueles sábados despretenciosos? Você resolve almoçar fora de casa naquele restaurante simples com uma boa comida aí resolve passear no shopping e ir até as Lojas Americanas para comprar umas bobeiras como CDs virgens, revistas, salgadinhos, chocolates,... aí de repente você resolve ir na sessão de CDs e DVDs musicais pensando que só irá encontrar cachaças como Luan Santana, Vitor & Leo, Calipso, Restart, NX Zero e por aí vai.... De repente... lá está!
Dezenas, duzias, centenas deles... disponíveis e bem visíveis na prateleira do DVDs internacionais.
Cara...Foi instintivo!

Não pensei duas vezes ao botar na cestinha. Custava apenas 54,00 mangos, em um box com 2 DVDs. Sim meus amigos, esperava desde meados de 2010 pelo seu lançamento: o DVD alusivo ao Big 4!
A turnê histórica das quatro maiores bandas do trash metal americano reunidas numa única turnê que varreu a Europa e foi documentada no Sonisphere Festival, em Sofia, Bulgária. A mídia já estava a muito tempo divulgando a turne com as quatro bandas e anunciando o lançamento do memorável e histórico DVD com os shows na íntegra, especialmente na Internet. Abaixo o teaser postado no YouTube:

Há muito tempo que especulava-se o encontro das 4 bandas em um show, quem diria em uma turnê. Por incrível que pareça, havia sim, alías sempre houve, aspectos que relacionavam as bandas entre si além do estilo musical. Kerry King (Slayer) já tocou no Megadeth. Dave Mustaine (Megadeth) foi o primeiro guitarrista do Metallica, e por aí vai, além de muitas arestas por serem aparadas entre esses caras.
Bom. Pelo que pudemos ver, o que foi no passado ficou no passado e todos agora formaram por um tempo uma grande família.
Inegável que essas 4 bandas fizeram história. Capitaneadas pela mais famosa delas - Metallica, fizeram uma turnê memorável onde todos foram protagonistas, embora, como já demonstrei, o Metallica fosse a principal banda, com maior divulgação, maior repertório e com o horário mais nobre dos shows. Mas nada que abalasse o espírito de fraternidade entre as bandas.
Devo ressaltar, no entanto, que este encontro, então batizado como The Big 4 (The Big Four) é referente as 4 maiores bandas de trash metal dos EUA e não do mundo. Seria injusto deixarmos de fora bandas como Kreator e Destruction (ambas alemãs). Fiquei surpreso também que o Testament não está nesse time (aí seria The Big 5). Em muitas reportagens que vi, o Testament foi considerado uma das maiores bandas de thrash metal dos EUA. Bom, deixa assim...
Fiquei ancioso para chegar em casa e botar o DVD para rodar. Foi uma ótima tarde de sábado. Me acomodei bem no sofá, o primeiro show foi do Anthrax.
Devo dizer, antes de mais nada, que conheço muito pouco de Scott Ian e sua banda, mas sem dúvida nenhuma, foi o show mais divertido do DVD. Já conhecia os clássicos como 'Anti-social' e 'Indians', e na versão apresentada estavam arrebatadores. Pra judiar mais, resolvem fazer um breve cover de 'Heaven & hell' do Black Sabbath em homenagem a Dio. Na voz de Joe Belladonna ficou simplesmente fantástico. Em síntese: o show do Anthrax foi nota 10.
Depois veio o Megadeth. Mustaine e seus novos pupilos (ele renovou a banda,... de novo!) subiram ao palco junto com o companheiro de estrada David Ellefson (que quebrou o pau com Mustaine na justiça e depois se arrependeu). É impressionante nesse caso, o profissionalismo desses caras. Eu jurava que muita coisa nas músicas dos álbuns de estudio do Megadeth eram mixagens ou efeito pós-gravação. Ao vivo, tudo foi reproduzido tal qual. Tá certo que a pedaleira das guitarras ajuda, mas a performance dos caras foi de tirar o chapéu. Adorei 'Hangar 18', 'A out le monde', 'Sweating bullets' (impagável) e  amatadora 'Symphony of Destruction'. Mesmo debaixo d'água' (pois caiu um toró) o Megadeth matou a cobra e mostrou as baquetas!

Daí veio o Slayer. A banda mais obscura dessa galera toda. Não consegui ver todos entrosados com os demais como vi com outras bandas. Vi apenas Tom Araya e Dave Lombardo junto com os demais, mas não Kerry King e Jeff Hanneman. Bem: existem "sons" e "sons" do Slayer. Na sua maioria eu não gosto muito. Apesar de eu gostar de uma música pesada, confesso que sou mais partidário daquelas músicas 'audíveis' e não são muitas que considero no Slayer. Mas destacaria, no entanto, 'Seasons in the abyss' e a clássica 'Rainning Blood'.
Finalmente veio ao palco o Metallica. Quem já assistiu ao box 'Orgulho, paixão e glória: três noites na Cidade do México' não viu nada de diferente, na verdade o show é praticamente o mesmo. Destaco na apresentação 'Welcome Home (sanitarium)' e a histórica jam conduzida por eles juntamente com as outras 3 bandas do Big Four. Foram 17 músicos no palco tocando 'Am I Evil?' do Diamond Head'. Nesse momento histórico e inesquecível pudemos ver a emoção dos participantes nos extras do DVD.
Resumo da ópera: um baita DVD com 4 das melhores bandas de música pesada do planeta.
Ao assistir a shows antológicos como esse eu fico me perguntando: qual será o futuro deste estilo musical? Pergunto isso porque simplesmente não vemos renovação. Só lixo.
Recomendo...
E nas Americanas tá baratinho.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Estragos óbvios do Wikileaks

Bom, os vazamentos de informações trocadas pela diplomacia americana pelo Wikileaks deram muito constrangimento àquele país. Mas, convenhamos, tem coisa que todo o mundo sabia!

A revista Veja de 15 de desembro de 2010 trouxe como reportagem de capa o título "Homem-Bomba" falando sobre Julian Assauge e seu polêmico site. Trouxe também uma relação suscinta de afirmações de diplomatas sobre alguns líderes mundiais. Todas elas óbvias. Achei interessante e resolvi postar algumas delas:

Cristina Kirchner - Argentina
"Seu ex-chefe de gabinete qualificou seu falecido marido, Néstor Kirchner, de 'psicopata' e 'monstro'"

Dimitri Medvedev - Rússia

"Ganhou o apelido nada lisonjeiro: Robin (o primeiro-ministro Vladimir Putin seria o Batman)"

Evo Morales - Bolívia

"Diplomatas espanhóis o chama de 'ignorante'. Permitiu ao Irã procurar urânio em seu país"

Felipe Calderón - México

"Assessores seus reconhecem que o narcotráfico controla partes do território do país"

Kim Jong-Il - Coréia do Norte

"Diplomatas chineses o compararam a uma 'criança mimada'"

Hugo Chávez - Venezuela

"Está desesperado atrás de investidores externos para a petroleira PDVSA, destruída por ele"

Silvio Berlusconi - Italia

"Irresponsável, vão e pouco eficaz. Adora 'festas selvagens'"

Bem:
Se você acompanha as notícias do mundo e o dinamismo da política internacional deve já conhecer bem os líderes supra-citados. Então eu pergunto: alguma novidade?

Contato

Se me perguntessem para listar 3 dos mais importantes livros que eu já li, certamente que citaria Contato (Companhia da Letras, 1985), romance de ficção científica escrito pela lenda da astronomia Carl Sagan, que faleceu em 1996.
Sagan foi considerado o maior popularizador da astronomia devido a suas obras literárias, em especial Cosmos, que depois transformou-se em uma série de TV, dentre outras. No entanto, sua obra mais antológica é Contato. Foi a primeira vez que Sagan arrisca-se a divulgar suas idéias sobre o universo e a existência de Deus sob a forma de um romance.
De fato, essa obra realmente mexeu com minhas convicções sobre nossa existência e sobre Deus. Nos mostra, antes de mais nada, o quanto é complexa esta questão, primeiro pelo fato do quanto desconhecemos sobre a astronomia e o quanto o estudo desta ciência mexe com a fé daqueles que a exploram. Segundo, porque foi por esse meio que Sagan tenta explicar sua concepção sobre Deus.

É realmente muito difícil entrar num debate com um cientista, muitas vezes céticos ao extremo e cegados pela filosofia clássica que prima pela razão. No entanto, a medida que buscamos informações vemos que muitos deles estão se rendendo a concepção, talvez não de Deus, mas da real existencia de uma força superior.
É isso que trata a obra e por isso a considero fantástica. Podemos, talvez, considerar Sagan um homem com uma nobre missão (missão dada por quem?...) Nela, a existencia de Deus ou de uma força equivalente é compreendida através da simples matemática, evocando o mistério do calculo do número Pi.
Mas o que realmente me fez parar e refletir é a idéia passada pela obra de que, além de não estarmos sós nesse universo, estamos apenas num estágio evolutivo. Outras espécies superiores a nossa entendem muito melhor coisas que não conseguimos entender hoje, assim como existem coisas que estas mesmas espécies não conseguem entender e que estão ao alcance da compreensão apenas de outras espécies mais evoluídas ainda que eles.
A idéia de que somos limitados a compreensão de muita coisa nos levando a nomear divindades ou simplesmente dar nome a Grande Energia de "Deus" me toma por completo, me deixa inquieto mas ao mesmo tempo me conforta.
Para um analista de sistemas profissional das ciências exatas como eu, o Universo passa a ser um grande algoritmo, onde justiça, fraternidade, amor, estão em blocos devidamente equacionados de codigos na forma de funções e procedimentos, disparados a cada interação nossa ao sistema. Quem é o Grande Programador?

´
Após falecer em 1996, foi lançado o filme homônio estrelado por Judie Foster. Como quase em todos os casos, o filme fica muito aquém do livro, mas de certa forma é bastante fiel e vale a pena assisti-lo. Melhor assisti-lo após ter lido o livro.
Tive acesso a essa obra em 1998 quando tinha 21 anos. As teorias de Sagan quanto ao cosmos divulgadas nela nunca sairam de minha cabeça.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Wikileaks

Parece coisa de cinema, mas não é. Os EUA finalmente provam de seu próprio remédio: uma tecnologia criada em seus centros militares que corria o risco de ficar ociosa após a Guerra Fria agora é usada em larga escala global, a ponto de fazer com que seu controle seja perdido tornando-se impossível. Trata-se da Internet.
Wikileaks é um exemplo disso. Não pretendo neste post explicar o que a mídia explica a meses. Quero apenas analisar o fato de que tudo isso somente seria possível se houvesse uma tecnologia como a Web para a disseminação das informações de maneira veloz e em escala global. Lembremo-nos que os padrões tecnológicos são definidos ainda em solo americano para a Internet, e mesmo assim o controle da rede é praticamente impossível.
Mesmo que a Casa Branca quizesse, não seria possível estancar a informação pela Web, por mais que toda a informação passasse por servidores norte-americanos. Tecnicamente seria possível, se não implicasse em outras questões políticas e comerciais.
Uma guerra total de informações a ponto de paralizar esse meio de comunicação paralisaria tudo e todos.. inclusive os EUA.
Essa já é a nova fronteira de combate do séc. XXI. Os soldados não dão mais tiros, mas tecladas e não precisam necessariamente usar uniforme ou mesmo ter um rosto.

Independente das razões políticas do Sr. Julian Assauge, o Wikilieaks mostra que qualquer nação torna-se cada vez mais vulnerável a medida que adota tecnologias, especialmente as TIs, tornando-se dependente destas.
Vemos nessas circunstâncias mais uma vez o personagem do hacker. Impressionante como um hacker flutua entre o estereótipo de vilão ao estereótipo de herói. Ambos são hackers. Contraventores. Muitos deles jovens irresponsáveis que não sabem (ou pensam que sabem) o que fazem. É interessante o poder da mídia sobre esse assunto, a ponto de cunhar um novo termo para eles: "hacktivista" (hacker+ativista), dando um cunho político a pratica de pirataria cibernética.
Um hacker não tem política nem ideologia. Faz por fazer, para mostrar pra si mesmo e para os amiguinhos do que é capaz, não importando com as consequencias que venham a trazer.
Não estou condenando o vazamento de informações proporcioando pelo Wikileaks, até porque foi uma das melhores coisas que ocorreram em 2010. Desnuda-se assim a face hipócrita, imperialista, discriminatória e arrogante dos americanos.
Minha única ressalva nisso tudo é: qual é o objetivo do Sr Julian e da Wikileaks? Para mim até o momento não está claro. Mas sim pra lá de divertido.

Ah, se quizer conhecer o Wikileaks, clica aqui: http://www.wikileaks.ch/ 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Afinal, quem é racista?

Porra...
Vi na Internet que realmente tentaram censurar Monteiro Lobato. Andaram dizendo que o cara era racista e que sua obra incentivava a praticas xenófobas e por isso queriam banir suas obras das escolas. Que personagens inocentes como a Tia Anastacia era uma degradação aos negros e blá blá blá...



Lembremo-nos do Renato Aragão quando este assim pronunciou:

..."Eu chamava o Mussum de negão. Chamavam-me de Paraíba. Hoje fico até constrangido em chamar alguém de velho ou baixinho..."

Essa é mais uma prova da demagogia e hipocrisia das políticas sociais que estão sendo implementadas no Brasil. Chamar negro de negro é crime! Nunca se viu isso em lugar algum no mundo. Alguém tem vergonha de sua própria raça ou etnia a ponto de não querer ser reconhecido como tal?
Cotas em universidades? Absurdo! Para entrar na universidade até mesmo aqueles descascados que viram negões depois de 3 semanas tomando banho de sol se autodenominam negros. Mas para outras coisas, "Deus me livre" chama-los assim.
Cotas... se todos tiverem uma educação de base adequada não há porque pensar nesse (olhem bem o que vou dizer:) "real instrumento de segregação". Quero cotas para os imigrantes italianos e alemães (minhas duas etnias) e se algum filho da puta me chamar de gringo ou alemão batata eu mando prender...
Claro que nunca farei isso. Tenho orgulho de minhas origens. De ser descendente de homens e mulheres que aportaram aqui sem ter o que comer e ainda praticamente explusos de seus lares pela miséria, mas que deram a volta por cima.
E você tem orgulho ou vergonha de onde veio?
Se tem orgulho, ótimo! Se tem vergonha... não posso fazer nada!